Redação –
A Polícia Federal prendeu preventivamente nesta quinta-feira, dia 26, em Brasília, o ex-governador do Tocantins , Marcelo Miranda . Ele foi preso no apartamento funcional de sua mulher, a deputada federal Dulce Miranda (MDB-TO), que não é investigada na operação contra atos de corrupção .
Os federais investigam um esquema que teria causado prejuízo de R$ 300 milhões aos cofres públicos. O pai do ex-governador, Edimar Brito Miranda, e seu irmão Brito Miranda Júnior também são alvos dos mandados de prisão.
ESQUEMA DE CORRUPÇÃO – A operação deflagrada hoje, denominada 12º Trabalho, tem como objetivo apurar um “sofisticado esquema para a prática constante e reiterada de atos de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais; sempre com o objetivo de acumular riquezas em detrimento dos cofres públicos”.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva em cidades de Tocantins, Goiás e Pará. Miranda inicialmente era procurado em Tocantins, mas a PF acabou localizando o ex-governador em Brasília.
LAVAGEM DE DINHEIRO – As investigações apontam que o grupo criminoso continuava realizando operações de venda de gado e de imóveis para lavagem dinheiro, além de suspeitas de atrapalhar as investigações. É um desdobramento da Operação Reis do Gado, deflagrada anteriormente em Tocantins.
Em março do ano passado, Miranda e sua então vice-governadora tiveram o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) sob acusação de ter cometido abuso de poder econômico na campanha de 2014, foi a segunda cassação de Miranda, eleito por três vezes governador do estado. A primeira vez em que foi cassado, em 2009, Miranda havia sido condenado por abuso de poder político nas eleições de 2006, ao disputar a reeleição .
Em 2010, Miranda também foi eleito senador da República, mas teve seu registro cassado com base na Lei da Ficha Limpa. A decisão atendeu ao recurso do Ministério Público Eleitoral que acusava os dois políticos de terem captado R$ 1,5 milhão para caixa dois na campanha por meio de um empréstimo fictício.
ACUSAÇÕES – Miranda é investigado em inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitações, junto com o ex-procurador-geral de Justiça do Tocantins, Clenan Renaut Pereira, que decidiu pedir aposentadoria, o que foi concedido pelo Ministério Público (MP).
O inquérito determinado pelo STJ investigou uma “possível atuação criminosa” de Miranda; do ex-procurador-geral de Justiça do estado; do filho dele, Renan Pereira; e do ex-secretário de Infraestrutura do governo de Miranda, Sérgio Leão. O pedido partiu do Ministério Público Federal (MPF), que ainda solicitou ao STJ a instauração de mais seis inquéritos, com outros investigados, por suspeitas relacionadas à Operação Ápia. O ministro Campbell determinou a abertura dos sete inquéritos.
O caso envolvendo o procurador-geral de Justiça diz respeito à Operação Convergência, uma das fases da Operação Ápia. A Convergência foi deflagrada em agosto do ano passado. A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete de Renaut. Numa fase anterior da Ápia, o filho do procurador-geral chegou a ser preso pela PF.
FRAUDES – O esquema investigado envolve supostas fraudes em licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins, com desvios na ordem de R$ 200 milhões. As suspeitas são de que obras de infraestrutura rodoviária geraram créditos indevidos a empresários. (fonte: O Globo, por Aguirre Talento)
MAZOLA
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