Redação

O Brasil atingiu neste sábado (19.jun.2021) a marca de 500 mil vítimas da covid-19. O número põe o país em 2º no ranking de números absolutos de vítimas, atrás apenas dos Estados Unidos. Em relação ao tamanho da população, o Brasil é o 8º no ranking mundial, com 2.347 mortes por milhão de habitantes.

A 1ª morte pela doença no Brasil foi registrada em 17 de março de 2020. Foram 25 dias até o país chegar à marca de 1.000 vítimas, em 11 de abril. Em 8 de agosto, quase 4 meses depois, já eram 100 mil mortes.

Entre os 10 países com mais mortes por milhão de habitantes, o Brasil é o único que tem população superior a 100 milhões. Entre os 30 países do ranking, apenas os Estados Unidos, que ocupam a 18ª posição, e o México, que está em 19º lugar, também têm mais de 100 milhões de habitantes.

Segundo Domingos Alves, cientista de dados e professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, o Brasil pode chegar a 600 mil óbitos em meados de julho.

Antes de a população brasileira ser vacinada, nós podemos atingir um número muito maior de óbitos. No ritmo que estamos indo, por uma aritmética simples, se nós temos 2.000 mortes por dia, não está difícil chegarmos em meados de julho a 600 mil óbitos, meados de agosto chegarmos a 700 mil óbitos”, avalia.

Caso seja confirmada, a projeção do especialista poderia indicar uma aceleração do ritmo de mortes no país. Foram 36 dias transcorridos de 24 de março de 2021, quando o país chegou a 300 mil vítimas, a 29 de abril, quando o total foi a 400 mil.

Alves diz ainda que o Brasil enfrenta uma “situação de gravidade extrema da pandemia”, causada pela falta de políticas de controle da disseminação do novo coronavírus, priorizando a retomada econômica e a abertura de leitos hospitalares para casos graves.

O ciclo de transmissão do vírus em todos os Estados brasileiros hoje é muito pior do que era anteriormente em toda a história da pandemia. Com qualquer diminuição que você venha a observar nos próximos dias desses indicadores, ainda estamos numa situação de gravidade extrema da pandemia”, afirma o pesquisador.


Fonte: Poder360