Por Michelle Meneses –
“Segundo dados do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), entidade que representa os cartórios de notas do País foi identificado um crescimento de 15% no número de divórcios em 2020, se comparado a 2019.”
Em estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais e Distrito Federal foi batido recorde em pedidos de divórcio no ano passado, coincidentemente o primeiro ano da Pandemia do Coronavirus.
Mas por que tantos casais estão se separando? O que de fato está acontecendo com as relações conjugais e familiares na pandemia? Qual o impacto do isolamento social na vida dos casais?
Temas complexos demandam uma reflexão mais apurada. As relações entre homens e mulheres foram se modificando ao longo dos tempos, principalmente com a entrada da mulher no mercado de trabalho e a sua participação mais ativa dentro da sociedade, tirando dela o estigma de “dona de casa” ou “esposa em tempo integral”.
Assim as mulheres passaram a exigir que seus anseios, desejos e reivindicações fossem ouvidos não somente pela sociedade, mas também por seus maridos e companheiros. Claro que essa mudança de comportamento teve impacto direto nas uniões conjugais.
Hoje a mulher consciente da importância do seu papel dentro da família, que vai além de ser apenas mãe e esposa, não suporta na maioria das vezes, manter um casamento que não lhe traga mais felicidade, satisfação e bem estar.
Por outro lado, os homens até hoje tem muitas dificuldades em aceitar e entender suas parceiras dentro de uma relação a dois, tendo em vista que o machismo ainda se faz presente na sociedade, contribuindo para que a tensão aumente entre os casais.
Na maioria das vezes, as mulheres são sobrecarregadas com os afazeres domésticos, cuidados com os filhos e com sua própria vida profissional, sem qualquer ajuda ou apoio de seus parceiros.
Misture a tudo isso uma Pandemia nunca antes vivida pela humanidade que obrigou os casais a passarem mais tempo juntos, o que elevou a tensão, os conflitos e fez aflorar mágoas e ressentimentos que eventualmente já pairavam sobre eles.
O convívio intenso do dia a dia em confinamento, aliado aos problemas financeiros, a presença integral dos filhos em casa, aos medos e as incertezas quanto ao futuro levaram muitos casais à beira de um divórcio. É certo que as relações conjugais que já não estavam bem, tiveram seu fim acelerado pela pandemia.
Acredito que os casamentos ainda vão sentir por muito tempo as consequências deste longo período de isolamento, não é fácil lidar com todas as pressões sofridas na rotina familiar e ainda por cima manter o romance e a chama do desejo acesa no relacionamento.
É um verdadeiro exercício de paciência, amor e cumplicidade, exigindo assim, que o casal esteja em sintonia para atravessar essa jornada cheia de obstáculos.
Nem sempre a vida é como planejamos, ela nem sempre segue pelo pelo caminho que traçamos, então devemos nos adaptar às mudanças e sermos felizes com nossas escolhas.
MICHELLE MENESES – Advogada, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
MAZOLA
Related posts
Editorias
- Cidades
- Colunistas
- Correspondentes
- Cultura
- Destaques
- DIREITOS HUMANOS
- Economia
- Editorial
- ESPECIAL
- Esportes
- Franquias
- Gastronomia
- Geral
- Internacional
- Justiça
- LGBTQIA+
- Memória
- Opinião
- Política
- Prêmio
- Regulamentação de Jogos
- Sindical
- Tribuna da Nutrição
- TRIBUNA DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA
- TRIBUNA DA SAÚDE
- TRIBUNA DAS COMUNIDADES
- TRIBUNA DO MEIO AMBIENTE
- TRIBUNA DO POVO
- TRIBUNA DOS ANIMAIS
- TRIBUNA DOS ESPORTES
- TRIBUNA DOS JUÍZES DEMOCRATAS
- Tribuna na TV
- Turismo