Redação

Manifestantes foram às ruas neste sábado pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro em protesto a favor da vacinação contra a Covid-19. Os atos em forma de carreata, para evitar aglomerações, foram registrados no Rio, Brasília, São Paulo, Belém, e Recife. Outras manifestações também estavam previstas.

Pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira indica que  a rejeição ao governo de Bolsonaro cresceu no último mês e atingiu 40%, mas a maioria dos brasileiros é contra a abertura de um processo de impeachment.

PROTESTOS MÚLTIPLOS – Os protestos contra o presidente foram organizados por partidos e movimentos de oposição que não conseguiram unificar os atos. Movimentos à esquerda, como as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, com apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizaram as carreatas de hoje. Já os grupos à direita, como Vem pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL) marcaram atos para domingo.

Em Brasília, a carreata teve dez quilômetros e chegou a ocupar as duas vias do Eixo Monumental. O grupo se concentrou no estacionamento da Funarte, por volta das 9h30, e seguiu para a Esplanada dos Ministérios. O ato teve a participação de partidos políticos (PT e PCdoB), movimentos populares e sindicatos. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, participou do protesto em cima do carro de som.

— Estamos aqui em Brasília na carreata pela vida e pelo impeachment de Bolsonaro! Queremos vacina e auxílio emergencial para o povo! — disse ela, para quem um processo de impeachment não geraria instabilidade política no país.

VALORIZAÇÃO DO SUS – O grupo também protestou pela valorização do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos profissionais de saúde, alguns presentes no ato, que atuam na linha de frente com os pacientes infectados com no novo coronavírus.

No Rio, um dos organizadores do ato foi o movimento Acredito, que se diz suprapartidário, e a mobilização foi feita pela internet. A carreata começou em frente ao monumento a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, no Centro. Segundo o Centro de Operações do Rio (COR), a carreata chegou a quatro quilômetros. Manifestantes também pediram aumento das medidas de isolamento nas áreas da cidade com maior número de registro de infecções.

A manifestação em São Paulo se concentrou em frente à Assembleia Legislativa e saiu com destino à Praça Franklin Roosevelt, na República. Manifestantes esticaram uma faixa pedindo o impeachment de Bolsonaro, em frente do Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera.

OUTRAS CIDADES – Recife também foi palco de protesto, que saiu da Fábrica Tacaruna e seguiu em direção à Boa Viagem. Muitos participaram do ato de bicicleta, usando devidamente a máscara obrigatória nas ruas da cidade. Em Belém, a manifestação saiu do Centro e foi até a Praça da República.

Segundo a estimativa da organização do movimento, aproximadamente 500 carros estavam na concentração em Belo Horizonte. Foram organizadas carreatas também em cidades como Contagem, Juiz de Fora, Ouro Preto, Poços de Caldas, Varginha, Uberlândia, Januária, Muriaé e Pedro Leopoldo, entre outras.

MUITAS MANIFESTAÇÕES – Fora de Minas, críticos do presidente também fizeram manifestações. Pela manhã, atos aconteceram em capitais como Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belém, Teresina, Cuiabá. Aracaju e Porto Velho. À tarde, críticos do presidente se mobilizam em capitais como São Paulo, Recife, Curitiba, Campo Grande e Goiânia, Macapá, além de dezenas de cidades no interior dos Estados.

Já as manifestações marcadas para amanhã em São Paulo são puxadas por grupos mais à direita e que se notabilizaram na campanha para o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL). Os atos também pedirão o impeachment de Bolsonaro.


Fonte: O Globo