Redação

Um estudo da CNN elaborado no segundo semestre de 2020 revelou que a pandemia de covid-19 pode reduzir a distância entre os jovens da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2011) em relação aos veículos tradicionais de imprensa.

Segundo o levantamento denominado “Geração Z: atraindo a próxima geração de novos consumidores”, a necessidade de estar informados sobre o coronavírus tem deixado esses jovens mais expostos aos meios de comunicação e criado novos hábitos de consumo de notícias entre eles.

O desafio agora é manter o novo público e aumentar o alcance dos meios dentro dele. “Os consumidores de notícias da Geração Z preferem acessos rápidos de conteúdo trabalhado e fácil de consumir. O produto não é o problema. É como nós o entregamos e como nosso público mais jovem o encontra: isso deve se adaptar”, afirma a pesquisa.

Nos Estados Unidos, esse público compreende aproximadamente 30% da população, mas que tem demandas e hábitos diferentes, mais ligados à tecnologia e facilidade de acesso, aspectos que devem ser observados pelos veículos, segundo afirma a CNN, também com base em dados coletados pelo Instituto Reuters.

Veja os direcionamentos dados pelo estudo conforme o que dizem os jovens e o que pode ser feito pelo veículo:

1 – “Notícias não são relevantes para mim no dia a dia”

Problema – Cobertura infinita dos mesmos temas, relatados da mesma forma.

Alternativa – Abranger uma gama mais ampla de temas (arte e cultura, ativismo, LGBTQ +, meio ambiente). Concentrar-se em histórias humanas, pessoais e reais.

2 – “Excesso de negatividade nas informações”

Problema – Notícias buscam demasiadamente o lado negativo dos fatos e não apontam soluções, nem ações positivas. Injustiça percebida na representação do público nas notícias; favoritismo de certos grupos. Muitas opiniões extremas.

Alternativa – Produza histórias que podem inspirar o público sobre a possibilidade de mudança e fornecer um caminho para a ação positiva. Evite a cobertura baseada em estereótipos. Forneça equilíbrio. Tenha cuidado ao dar amplo espaço a vozes que não merecem.

3 – “Notícias excessivamente partidárias e interpretativas”

Problema – Jornalismo de qualidade deve evitar textos excessivamente opinativos ou inflamatórios.

Alternativa – Exponha o público a uma variedade de opiniões. Ofereça interpretações fora do repetitivo e busque não fazer uma divisão entre esquerda e direita excessivamente simplificada.

4 – “Tom demasiadamente institucional”

Problema – Tom excessivamente sério, institucional, seco e técnico, principalmente para quem pode não estar familiarizado com o tema. Ou é muito sensacionalista chamando a atenção de forma superficial.

Alternativa – Concentre-se em histórias mais humanas, toques de informalidade, opiniões honestas (pessoas reais, pontos de vista reais), e comédia ou entretenimento.

5 – “Notícias pouco adaptadas às redes sociais onde são compartilhadas”

Problema – As notícias nas redes sociais redirecionam o usuário para o site do veículo, e nem sempre estão alinhadas com o conteúdo, formato e estilo das plataformas de mídia social.

Alternativa – O layout das notícias pode imitar o estilo das plataformas. Use uma plataforma para entender como o público se envolve com os temas. Crie experiências nativas para dispositivos móveis e plataformas sociais. Incorpore essas ideias em seu site e aplicativo.

6 – “Falta de atribuição de fontes”

Problemas – As notícias aparecem nas redes sociais sem que sejam atribuídas a uma fonte.

Alternativa – Seja o mais transparente possível sobre fontes. Chame a atenção para a confiança e qualidade da sua marca, especialmente em plataformas de terceiros como o Facebook.

7 – “Formatos pouco amigáveis”

Problema – Algumas notícias exigem muito esforço para compreensão. O conteúdo e a entrega têm sido menos envolventes do que em outras mídias mais divertidas.

Alternativa – Faça a experiência parecer mais fácil e acessível como na Netflix. Seja claro e direto para explicar histórias complexas, de forma aprofundada.


Fonte: Portal Imprensa