Redação –
A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai apurar a informação de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) encaminhou por escrito, à defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), orientações para tentar inocentá-lo no caso das “rachadinhas”. O parlamentar foi denunciado por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro em 3 de novembro.
A apuração será conduzida como parte de um inquérito sigiloso aberto no mês passado para investigar se estruturas do governo federal foram usadas para favorecer o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
JÁ EM ANDAMENTO – A notícia de fato foi instaurada em novembro, após a publicação de reportagens sobre uma reunião, ocorrida em agosto, entre o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, Bolsonaro e advogados de Flávio.
Reveladas na sexta-feira pela revista Época e confirmadas pelo Estadão, as orientações repassadas por integrantes da cúpula da Abin para a defesa do senador pelo WhatsApp foram um desdobramento daquele encontro.
A apuração sobre a reunião entre GSI, Abin e defesa de Flávio foi aberta a pedido da deputada federal Natália Bonavides (PT-RN). Ela questionou a PGR se os participantes do encontro cometeram crimes de advocacia administrativa e tráfico de influência.
COBRANÇA GERAL – Outros parlamentares provocaram a Procuradoria anteontem sobre a troca de mensagens. “As novas informações divulgadas sobre o caso foram juntadas à notícia de fato. Não há informação disponível sobre o andamento da notícia de fato por se tratar de procedimento interno sigiloso.
Sobre os fatos novos, a PGR deverá receber representações já anunciadas por parlamentares, irá analisá-las e se manifestar oportunamente”, informou a PGR, em nota oficial.
CONFISSÃO DE CULPA – Em uma das mensagens da Abin, o texto afirma que o objetivo é “defender FB (Flávio Bolsonaro) no caso Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”, segundo a reportagem da Época.
O texto sugere o que a defesa de Flávio deveria fazer para obter documentos que permitissem embasar um pedido de anulação do inquérito das “rachadinhas”. Segundo o relatório, uma suposta organização na Receita Federal teria obtido dados fiscais do senador de forma ilegal.
O GSI repetiu nota divulgada quando veio à tona a reunião de agosto. “As acusações são desprovidas de veracidade, se valem de falsas narrativas e abordam supostos documentos, que não foram produzidos pela Abin.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Correio Braziliense e Agência Estado
MAZOLA
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