Redação

Que o Brasil tem tradição no futebol todos sabem. O que não se imaginava era que o handebol, modalidade em que se tenta fazer gols com as mãos, iria se tornar moda. E, há 36 anos, ela pegou no Colégio Estadual Antônio da Silva, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A tradição no esporte é tão forte que, desde 2001, a unidade participa das edições dos Jogos Estudantis do Rio de Janeiro. Em 2019, a equipe infantil masculina se sagrou campeã estadual e vai representar o Estado nos Jogos Escolares da Juventude.

– Foi a partir da iniciativa do professor João Batista da Costa que o handebol chegou ao Colégio Estadual Antônio da Silva. Há 36 anos, durante as aulas de educação física, ele apresentou a modalidade aos alunos. As equipes começaram a ser montadas para participar de competições regionais. Eu era um dos destes alunos do professor Costa – lembrou o professor e diretor da escola, Joel Teixeira, que ainda revelou umas das ilustres alunas do Antônio da Silva na época:

– Foi nesta quadra que Lucila Vianna, ex-capitã da Seleção Feminina, deu os primeiros passes no handebol. Tricampeã Pan-Americana (Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003 e Rio 2007), Lucila também defendeu o Brasil em três edições de Jogos Olímpicos (Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008) – contou.

Após se formar em Educação Física, Joel retornou ao Colégio Estadual Antônio da Silva, desta vez como professor. Ao lado do também ex-aluno Alexandre Abreu, os dois começaram a desenvolver o projeto, em 2001, que se baseia em três pilares – formação de cidadãos, melhoria do rendimento e diminuição da evasão e formação de atletas.

– Em 2007, fizemos um levantamento, que apontava que evasão escolar estava em 30%. Elaboramos estratégias para manter o aluno na escola o máximo de tempo, sempre com o envolvimento da prática esportiva. Em 2015, o índice chegou a 3% que, para a região da Baixada, é considerado bom – falou o professor ressaltando que, em 2008, a escola foi campeã brasileira, o que a credenciou para representar o Brasil dos Jogos Sul-Americanos Escolares, no Uruguai.

Alunos querem seguir na carreira

Aidan Gustavo e Lucas Ferreira integram a equipe infantil que disputará a etapa nacional na cidade de Cascavel, no Paraná, no mês de setembro. Segundo os atletas, a edição deste ano dos Jogos Estudantis foi acirrada.

– Nossas duas últimas partidas foram as mais emocionantes. Na semifinal, a equipe estava perdendo por dois gols de diferença. Mas, conseguimos empatar e virar o jogo. Agora, que venha o nacional para que possamos trazer a medalha de ouro – afirmou Aidan.

Carlos Eduardo Oliveira da Silva, de 16 anos, participou pelo segundo ano consecutivo da competição estadual. Em 2019, foram vice-campeões, mas isso não o desanimou para seguir no esporte.

– Os Jogos Estudantis são bem interessantes porque acabam se tornando uma oportunidade para quem nunca teve a experiência de jogar um campeonato. Passei a gostar de handebol a partir do momento que tive contato com o esporte e aprendi as regras. O Antônio da Silva é uma escola de referência na modalidade e isso é uma motivação a mais para quem quer se tornar um profissional como eu – disse o estudante, que está no 1º ano do Ensino Médio.

O frio na barriga ao entrar em quadra é constante, segundo Julia Lacer, de 16 anos. Aluna do projeto, ela já pensa na carreira profissional e, mesmo que não se torne jogadora, quer cursar algo que a possibilite trabalhar com o handebol.

– É uma responsabilidade grande representar Nova Iguaçu e o Antônio da Silva. Meu time é minha segunda família e todos me acolheram muito bem. Embora meu foco seja ser chamada para algum clube, quero fazer educação física ou alguma área que eu possa trabalhar com o esporte – comentou Julia, aluna do 2º ano.

*O handebol é uma das modalidades dos Jogos Estudantis do Rio de Janeiro. Em 2019, 41 escolas, entre públicas e privadas, participaram da disputa. Maior torneio esportivo juvenil do estado, os Jogos Estudantis, da Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, envolvem cerca de sete mil estudantes fluminenses e 45 cidades participantes. (fonte: Ascom, por Carolina Perez)