Redação

O governo federal nomeou nesta segunda-feira (18) Garigham Amarante Pinto para a Diretoria de Ações Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação. A decisão está em edição do Diário Oficial da União (íntegra).

Garigham trabalhava há mais de dez anos como assessor técnico da liderança do PL na Câmara. O líder do partido, deputado Wellington Roberto (PB), esteve nas últimas semanas em reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro negocia formar uma base legislativa no Congresso e em troca tem oferecido cargos no segundo e terceiro escalão aos partidos.

O PL é comandado informalmente pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, que participou do esquema do mensalão.

Pelo acordado inicialmente entre as siglas e o governo, cabe ao PP indicar o comando do órgão. Além do PL, também devem ter indicados nas diretorias vinculadas o Republicanos, MDB e DEM. O FNDE tem orçamento maior que muitos ministérios, em 2020 são previstos R$ 29,4 bilhões.

Weintraub x Centrão

Na semana passada, o Congresso em Foco mostrou que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, trabalhou para atrasar as indicações para o FNDE.

Um membro do PP relatou ao Congresso em Foco que foi prometido várias vezes um prazo de resposta sobre o cargo, mas que o governo vem adiando. A ação de Weintraub tem ampliado a contrariedade dos deputados com ele e o desejo deles de que o presidente Jair Bolsonaro o demita.

No entanto, outro membro do grupo suprapartidário que reúne centro e direita ouvido pelo site vê com ceticismo a chance de Bolsonaro retirar Weintraub do cargo. Ele afirmou não haver novidade nas críticas ao ministro, que considera rotineira, e disse que a insatisfação de Weintraub não é impeditivo para as nomeações. Outro deputado, do Republicanos, admitiu que o ministro estava “criando dificuldades, mas cedeu”.

De agosto a dezembro de 2019 quem comandava o FNDE era o advogado Rodrigo Dias, indicado pelo ex-ministro das Cidades Alexandre Baldy (PP-GO), hoje secretário do governador João Doria (PSDB) em São Paulo, e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No entanto, Dias foi retirado do cargo por Weintraub, em mais um dos embates entre Bolsonaro e Maia.

Cargos já entregues ao Centrão

Há duas semanas, Bolsonaro já havia atendido a demandas de outros partidos. Fernado Marcondes Leão foi para o comando do Departamento Nacional de Obras Contra As Secas (DNOCS). Ele foi indicado pelo líder do PP, Arthur Lira (AL), em acordo com o deputado Sebastião Oliveira (PL-PE), que vai sair do PL e ir para o Avante.

O presidente nacional do Republicanos e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP), indicou e foi nomeado o advogado Tiago Pontes para a Secretaria de Mobilidade do Ministério de Desenvolvimento Regional.

Em nível regional o PSC  emplacou um aliado no comando da Companhia de Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de Pernambuco.

O advogado Alex Machado Campos foi nomeado no fim de abril para uma das diretoria da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Campos Machado é próximo do deputado André de Paula (PSD-PE), que foi líder da sigla ano passado. No entanto a indicação é creditada ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, de quem Campos Machado foi chefe de gabinete.

>Bolsonaro dá a Centrão mais um cargo no Ministério de Desenvolvimento Regional


Fonte: Congresso em Foco