Redação –
Ex-ministro da Cultura do governo Michel Temer (MDB), o deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) criticou a nomeação feita por Jair Bolsonaro para o comando do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Segundo ele, o ato é sem sentido e a indicada não tem qualificação para o cargo.
Em despacho do chefe da Casa Civil, Braga Netto, publicado no Diário Oficial, a servidora do Ministério do Turismo Larissa Rodrigues Peixoto Dutra assumirá a presidência do órgão de proteção do patrimônio.
QUESTIONAMENTOS – A nomeação está sendo questionada por servidores do Iphan e da área da Cultura porque Larissa é graduada em hotelaria e não tem experiência na gestão do patrimônio. O cargo é tradicionalmente ocupado por arquitetos.
Calero deixou o ministério, em 2016, denunciando pressões políticas sobre o Iphan. Ele acusou o então ministro Geddel Vieira Lima, atualmente preso, de pressionar o órgão a liberar a construção de um edifício em área histórica de Salvador.
Em video que preparou para divulgar em suas redes sociais, ele afirma que o órgão tem poder de fiscalização e controle e pode auxiliar no combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
O @IphanGovBr tem um papel fundamental tanto na preservação da nossa memória como no combate à criminalidade. Não aceitaremos q sua presidência seja ocupada por alguém que não dispõe das qualificações mais elementares para o cargo. Isso é de uma irresponsabilidade inacreditável. pic.twitter.com/BJLIJ6nhrz
— Marcelo Calero (@caleromarcelo) May 11, 2020
ANULAÇÃO – O deputado afirma que propôs um projeto de decreto legislativo para anular a nomeação e estuda ainda medidas judiciais para questionar o preparo de Larissa para a função.
“Nada de pessoal contra ela, mas precisamos que esteja no Iphan alguém com as qualificações necessárias para tanto”, diz. “É inacreditável que um governo que tenha sido eleito prometendo preencher os cargos de confiança com pessoal técnico se preste a esse papel”.
NOTA – O Ministério do Turismo soltou uma nota nesta segunda-feira, após a repercussão da nomeação de Larissa. O texto informa que a servidora trabalha há 11 anos no ministério e atualmente comandava o programa Revive Brasil, que tem o objetivo de reabilitar o patrimônio público, permitindo o desenvolvimento de atividades econômicas e turismo.
Segundo a nota, Larissa pretende, no Iphan, “estabelecer parcerias que auxiliem na consolidação do patrimônio cultural brasileiro como vetor de desenvolvimento para as cidades, contribuindo especialmente nesse momento de retomada da economia”.
Fonte: Folha de SP
MAZOLA
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