Redação –
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Operação Lava Jato é a ‘mãe do bolsonarismo’ em entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, na sexta-feira, dia 1º. O ministro também afirmou que o ex-juiz Sérgio Moro fez uma opção ‘bastante arriscada’ ao fazer o ‘vazamento’ da delação de Antônio Palocci durante as eleições.
“É sabido que ele (Moro) fez uma opção bastante arriscada: ele estava muito próximo desse movimento político, tanto é que no segundo turno ele fez aquele vazamento das confissões do Palocci. A quem interessava isso? Interessava ao adversário do PT”, afirmou Mendes.
CORREÇÃO ÉTICA – “Depois, ele aceita o convite para este governo Bolsonaro, cujo adversário ele tinha prendido. Se discute muito toda a correção ética desse gesto. A Lava Jato, de certa forma, é a mãe ou o pai desse bolsonarismo vitorioso”, afirmou o ministro.
A delação de Palocci se tornou pública às vésperas do primeiro turno das eleições de 2018, quando Moro levantou o sigilo dos documentos que relatam o elo dos governos Lula e Dilma com esquemas de corrupção na Petrobrás. Os 39 anexos apontam casos envolvendo políticos, servidores, empresários e ministros.
FALSOS ÍDOLOS – Nas redes sociais, o ministro compartilhou entrevista que concedeu ao Estado em junho de 2019, dizendo que desde então afirmava a tendência que ‘falsos ídolos são criados e alimentados por uma mídia que, quando percebe suas inconsistência, rapidamente lhes dá um enterro silencioso’. “Os meios de comunicação devem fazer uma análise crítica desses fenômenos”, escreveu.
Em jun/19 afirmava uma tendência: os "falsos heróis" são criados e alimentados por uma mídia que, quando percebe suas inconsistências, rapidamente lhes dá um enterro silencioso. Os meios de comunicação devem fazer uma análise crítica desses fenômenos. https://t.co/cOstjDBTXH
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) May 1, 2020
À época da entrevista, Mendes rebatia a força-tarefa da Lava Jato que via na lei de abuso de autoridade uma forma de amendrontar juízes e investigadores. O ministro afirmou que o projeto evitaria o ‘surgimento de falsos heróis’, que cometem excessos ‘em nome supostamente’ de um combate à criminalidade.
“O cemitério está cheio desses falsos heróis. Eles são apresentados por vocês (mídia) como tal e acreditam nisso. Depois, coitados, passam a ter um grande problema de depressão, obviamente antes de desaparecerem por completo”, disse Gilmar, ao Estado.
Fonte: Estadão
MAZOLA
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