Redação –
O petróleo caiu em mais de 30% sob a pressão combinada da falta de acordo para a reunião da OPEP na semana passada e o anúncio da Arábia Saudita no domingo de que abriria as torneiras e bombearia o máximo de petróleo possível.
Neste fim de semana, a Arábia Saudita disse pela primeira vez que cortaria seus preços oficiais de venda em abril entre US $ 6 e US $ 8 por barril, sinalizando que agora estava mudando suas prioridades e se concentrando em preservar sua participação no mercado.
Ao mesmo tempo, Javier Blas e Anthony DiPaola, da Bloomberg, informaram que a Arábia Saudita planejava aumentar a produção, atingindo um recorde de 12 milhões de bpd, se necessário, segundo fontes não identificadas. O objetivo poderia ser fazer a Rússia e outros produtores sentirem a mesma dor que a Arábia Saudita está sentindo quanto aos preços e convencê-los a concordar com os cortes, segundo Blas e DiPaola.
No entanto, se esse é realmente o objetivo da Arábia Saudita, pode ser mal calculado, pois a Rússia depende menos das receitas do petróleo e também não possui programas ambiciosos de investimentos de bilhões de dólares. E, de acordo com analistas, a Rússia quer prejudicar o shale dos EUA.
“A Rússia está dando pistas de que o verdadeiro objetivo são os produtores de shale dos EUA, porque está farta de cortar a produção e vê-los abocanhar espaço”, disseram analistas da consultoria de energia FGE em nota citada pela CNN. “Esse ataque pode estar fadado ao fracasso, a menos que os preços permaneçam baixos por muito tempo”.
Agora que a Arábia Saudita decidiu fazer uma inversão de marcha, seu impacto sobre os produtores de shale seria muito perigoso: grande parte da indústria do shale já está sofrendo com os preços mais baixos antes do crash, juntamente com um crescente mal-estar entre os bancos para dar crédito aos perfuradores de shale que têm bilhões em pagamentos de dívidas pendentes.
Fonte: AEPET
