Redação

Segundo dados do Mapbiomas, apresentados em reunião com a Frente Parlamentar Ambientalista nesta quarta-feira (17), 99% dos desmatamentos acontecidos em 2019 no Brasil foram feitos de maneira ilegal, o que colocou o país em primeiro lugar de desmatamento no mundo, tendo o dobro de que o segundo lugar, que é o Congo, país do continente africano.

De acordo com o relatório do Mapbiomas, o Brasil perdeu 12 mil quilômetros quadrados (km2) de vegetação nativa em 2019, isso significa que o desmatamento no país está avançando 1,5 km2 por hora. Em 2020, a tendência é que se consolide um cenário maior de destruição.

Ao todo, 1734 municípios brasileiros tiveram desmatamento em 2019, sendo que 50% desses desmatamentos aconteceram em terras indígenas ou áreas de conservação ambiental. Segundo o representante do Mapbiomas, Tasso Azevedo, é possível identificar os responsáveis por ao menos 75% dos desmatamentos ilegais.

Mais de 60% da área desmatada está na Amazônia, com 770 mil hectares devastados. O segundo bioma em que mais houve perda foi o Cerrado, 408,6 mil hectares. Bem atrás estão: Pantanal (16,5 mil ha), Caatinga (12,1 mil ha), Mata Atlântica (10,6 mil ha) e Pampa (642 ha).

Se avaliado apenas o desmatamento dos últimos 10 meses (entre agosto de 2019 a maio desse ano), é possível perceber que a Amazônia Legal perdeu 72% a mais de vegetação do que o registrado no mesmo período anterior, segundo dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.

O cenário preocupa os especialistas, pois a temporada de maior desmatamento costuma acontecer entre junho e agosto, quando aumentam as queimadas e os desmates.

A reunião da Frente, contou com especialistas e congressistas. O vice-presidente da República Hamilton Mourão, que é o coordenador do Conselho da Amazônia, em um primeiro momento havia confirmado presença,  mas na segunda-feira (15) desmarcou e não compareceu ao encontro virtual.

O encontro foi conduzido pela coordenadora da Frente Ambientalista do Senado, Eliziane Gama (Cidadania-MA) e contou com a presença dos senadores Jaques Wagner (PT-BA), Fabiano Contarato (Rede-ES), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Eduardo Braga (MDB-AM) e Otto Alencar (SD-BA) e Jean Paul Prates (PT-RN).

Também estiveram os deputados Rodrigo Agostinho (PSB-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara, Nilto Tatto (PT-SP),membro da Comissão de Meio Ambiente e Joênia Wapichana (Rede-RR), da Frente dos Povos Indígenas.

Representando a sociedade civil, estiveram Tasso Azevedo, do MapBiomas, João Paulo Capobianco e André Lima, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Betto Veríssimo, Imazon, Suely Vaz, Observatório do Clima, e Marcelo Brito, Associação Brasileira de Agronegócio (Abag).


Fonte: Congresso em Foco