Por Iluska Lopes –
A reportagem da Tribuna de Imprensa Livre tem acompanhado com profunda preocupação a situação rural no Estado de Rondônia, e nosso correspondente nos informa que há uma Operação de guerra montada.
São mais de 800 famílias nos acampamentos Tiago dos Santos e Ademar Ferreira. Rondônia tornou-se um laboratório da repressão e do massacre dos camponeses pobres, sem terra ou com pouca terra.
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Alinhado umbilicalmente com o grande latifúndio, à grilagem de terras públicas da União, com a pistolagem e com as milícias privadas, há um conluio macabro que envolve o Governo de Rondônia, a Secretaria de Segurança de Rondônia, o Ministério Público estadual e o Judiciário, que ostenta, nesse momento, firme e dedicado apoio do Presidente da República e de seu filho Senador, que têm se feito presentes no Estado para reiterar pessoalmente esse apoio, no que diz respeito a conjurar e criminalizar a luta pela terra e a Liga dos Camponeses Pobres – LCP, e promover uma política de terror de Estado no campo, com a execução sumária de camponeses, sempre com a desculpa deslavada de responder a um confronto armado.
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Nas grandes cidades, e, em particular, aqui no Rio de Janeiro, conhecemos bem como isso ocorre, embora se desconheça a realidade do campo, pois, é tema quase inexistente, nos grandes centros, onde as populações não têm a menor ideia da dimensão em que a barbárie está em curso em Rondônia, por exemplo.
O Governador é alinhado ao Governo Federal, assim como seu Secretário de Segurança, Coronel PM Pachá, conhecido como o “Carniceiro de Corumbiara”, por ter comandado, à época, como Tenente, o assim conhecido “Massacre de Corumbiara”, que os camponeses chamam de “Batalha de Santa Elina”.
A política é de intenso “terrorismo de Estado”, num ambiente de ausência total do propalado do Estado Democrático de Direito. Nos inquéritos e processos a Polícia e o Ministério Público tratam a LCP como organização criminosa e terrorista, numa orquestração que visa à construção da figura do “sujeito terrorista”, a justificar todo tipo de violências e condenações. As provas dessas barbaridades são, via de regra, sonegadas pelo sistema de segurança, que só as utilizam para a criminalização dos camponeses, mas, as omitem, quando para apurar os crimes bárbaros de suas forças de segurança e das milícias privadas, cujos quadros se confundem.
O trabalho de inteligência é feito pela Polícia Militar e é usado para planejar os ataques e a criminalização, que, em seus inquéritos e processos utiliza esse tipo de prova ILEGAL, ILÍCITA, como já pacificado pelo STF.
Ao lado disso, e da farsa da falida política de Reforma Agrária, desde 2016 não foi feito um assentamento sequer, e, pelo contrário vem se acirrando dia a dia a violência no campo, contra o povo camponês pobre, sem terra ou com pouca terra, contra os caiçaras e ribeirinhos, os quilombolas e os indígenas; a grilagem foi legalizada; o armamento pesado dos latifundiários foi autorizado (o povo armado do Presidente).
A Força Nacional de Segurança, utilizada politicamente para reprimir o povo, despreza a função que deveria exercer, de força mediadora e apaziguadora dos conflitos agrários, para se somar a um dos lados da contenda, o desequilibrando ainda mais, em prejuízo do povo camponês, numa covardia sem tamanho, como já denunciado por importantes setores do Ministério Público Federal e da Comissão Pastoral da Terra.
Há dias estão se acumulando, progressivamente, em Nova Mutum Paraná – Distrito Rural de Porto Velho – RO, grande número de viaturas policiais, tropas e helicópteros para insistirem em reintegrações de posses injustas, que, por certo, resultarão num novo massacre contra aquele povo sofrido e valente.
Por isso, conclamamos todos os democratas, defensores dos direitos humanos, apoiadores da luta pela terra para quem nela vive e trabalha, advogados do povo, órgãos de imprensa, intelectuais, estudantes, movimentos sociais a se solidarizarem com esse povo ameaçado e engrossar a repercussão das denúncias e as manifestações de apoio à luta pela terra.
Todo apoio à luta pela terra, para quem nela vive e trabalha!
Todo apoio à Liga dos Camponeses Pobres!
Lutar não é crime!
ILUSKA LOPES é jornalista, empresária, especialista em Turismo, sommelier, professora, locutora, atriz, colunista e diretora de redação do jornal Tribuna da Imprensa Livre. iluska@tribunadaimprensalivre.com
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