Redação

Durante 2020, o Uruguai foi apontado como um exemplo no combate à pandemia do coronavírus, enquanto os países vizinhos lutavam com o número crescente de mortes.

Mas, na última semana, a taxa de mortalidade per capita da covid-19 do país foi a maior do mundo, alcançado 14,23 mortes por milhão de habitantes só no dia 13 de maio, segundo o Our World in Data, da Universidade de Oxford.

Até 6ª feira (14.mai.2021), pelo menos 3.252 pessoas morreram de covid-19 no país de 3,4 milhões de habitantes, de acordo com o Ministério da Saúde do Uruguai. A média diária de mortos ficou em 50 na última semana.

Seis dos 11 países com as maiores taxas de morte per capita estão localizados na América do Sul, onde a pandemia deixa marcas no desemprego, pobreza e fome crescentes. Em sua maioria, os países da região não conseguiram adquirir vacinas suficientes para imunizar suas populações rapidamente.

As taxas de contágio no Uruguai começaram a aumentar em novembro e dispararam nos últimos meses, aparentemente por causa de uma variante contagiosa identificada pela 1ª vez no Brasil em 2020.

“No Uruguai, é como se tivéssemos duas pandemias, uma até novembro de 2020, quando as coisas estavam sob controle, e outra a partir de novembro”, afirmou o vice-ministro da Saúde, José Luis Satdjian.

“Nós temos uma nova figura na situação: a variante brasileira, que atingiu nosso país com muita força”, completou.

O país com a 2ª maior taxa de mortes per capita em 13 de maio ficou o vizinho Paraguai, com 10,9 por milhão de habitantes de acordo com dados de 5ª feira (13.mai). País também teve relativo sucesso no controle do vírus durante parte do ano passado, mas houve uma piora.

No Brasil, a taxa diária em 13 de maio foi de 9,05 por milhão, ficando em 3º lugar no ranking.

O Uruguai, como medida preventiva no início da pandemia, fechou as fronteiras, mas cidades ao longo da divisa com o Brasil são efetivamente “binacionais”. O trânsito entre os 2 lados é intenso.

O surto de casos sobrecarregou hospitais uruguaios. Em 1º de março, o país tinha 76 pacientes da covid-19 em UTIs (unidades de terapia intensiva). Nesta última semana, profissionais de saúde estavam cuidando de mais de 530 internações.

O número está um pouco abaixo do pico no início de maio, mas os especialistas ainda não viram um declínio constante que possa indicar uma tendência de queda.


Fonte: Agência Brasil