Por Iluska Lopes

O índice de atividades turísticas avançou 11,9% em junho na comparação a maio, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Das 12 unidades da federação pesquisadas, todas apresentaram taxas positivas, com destaque para Minas Gerais, que cresceu 19,7%.

Índice também está acima da média nacional, que foi de 11,9%. Doze Estados pesquisados tiveram taxa positiva.

Capital do ecoturismo de Minas Gerais, Conceição do Mato Dentro liderou o tombamento da Serra do Espinhaço como reserva da biosfera, em seus domínios estão algumas entre as maiores cachoeiras do estado. Podemos destacar a do Peixe Tolo, Rabo de Cavalo e a cachoeira do Tabuleiro, com 273 metros e tida como a terceira mais alta do Brasil. Imagem panorâmica da Cachoeira do Tabuleiro. (Crédito: Luiz Claudio Oliveira)

Pela primeira vez, o Estado ultrapassou Rio de Janeiro e São Paulo, dois dos polos turísticos mais fortes dos país, que registraram taxa de 12,4% e 5,3% de crescimento, respectivamente. O índice mineiro, além de ser o maior do que de todas as outras unidades da federação, ficou acima da média nacional (11,9%).

Regularização de acampamentos turísticos no país mais que dobra durante a pandemia

Aumento na procura por destinos de natureza e atividades ao ar livre impulsionaram o segmento no último ano. Goiás foi o estado que apresentou maior crescimento no número de cadastros desta atividade. (Crédito: Camping PachaMama – Goiás)

Atividades em meio à natureza despontaram na preferência dos turistas em busca de alternativas seguras de lazer diante da pandemia de Covid-19. Com isso, também cresceu o interesse do segmento em se regularizar e ofertar um serviço responsável e de qualidade aos visitantes. Dados do Ministério do Turismo apontam um aumento de 112% no número de acampamentos turísticos inscritos no Cadastro Nacional de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur) entre o início de 2020 e agosto deste ano, passando de 184 para 390 cadastros. Se comparado ao ano de 2018, o número mais que triplicou.

Os estados com maior percentual de aumento foram Goiás (381,8%), que passou de 11 acampamentos cadastrados no início de 2020 para 53 em agosto de 2021; Rio Grande do Sul (185,7%), que passou de 14 para 40; Mato Grosso (183,3%), que foi de 6 para 17; e Paraná (166,6%), passando de 12 para 32 estabelecimentos. Minas Gerais e Rio de Janeiro também dobraram o número de campings cadastrados no período. Já os estados que possuem o maior número de acampamentos turísticos são Rio de Janeiro (54), Goiás (53), São Paulo (46) e Rio Grande do Sul (40).

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, ressaltou a importância da regularização dos prestadores de serviços turísticos, principalmente com a retomada do setor em todo o país. “A pandemia criou um perfil de turista mais responsável e consciente, que vai buscar por empresas e profissionais sérios que ofertem serviços de qualidade. Com o avanço da vacinação, a retomada se faz cada vez mais presente e os turistas estão ávidos por destinos de natureza, um dos pontos fortes do Brasil”, declarou o ministro.

A empresária Renata Foresti acampa há quatro anos e, durante a pandemia, continuou visitando o camping que costuma frequentar. “Sempre me senti bastante segura. Por possuir um terreno amplo, o local nunca fica cheio e as barracas estão sempre distantes umas das outras. Tem bastante privacidade”, conta.

Meios de hospedagem estão entre os segmentos que a lei determina a obrigatoriedade de registro no Cadastur. (Crédito: Fernando Madeira/MTur)

Segundo Renata, os acampamentos turísticos são uma ótima opção de lazer para todos os gostos e idades. Ela e o marido levaram as filhas na primeira aventura em um camping e, desde então, este se tornou o passeio preferido da família. “Qualquer pessoa pode acampar. Eu nunca pensei que fosse gostar, mas quando me convidaram, aceitei e não parei mais. Existem campings de diferentes níveis de conforto e praticidade, basta escolher o que melhor se encaixa no seu perfil”, afirma.

Por trabalhar com marketing de influência, Renata está sempre “online”. Por isso, para ela, a prática é um refúgio da correria do dia a dia. “Uma das coisas que mais gosto é que lá não tem internet. Eu me desconecto completamente do trabalho e dos problemas e me conecto com o que realmente importa: a família e a natureza”, conta.

As memórias criadas durante o acampamento e o contato com a natureza é o que mais encanta Renata. “A gente acorda, faz trilhas e passa o dia nas cachoeiras se divertindo. À noite fazemos fogueira e vamos ao rio, levamos cobertor e nos deitamos nas pedras aquecidas pelo sol durante o dia para admirar o céu cheio de estrelas. É possível ver cerca de dez estrelas cadentes em questão de minutos! Por isso eu chamo o camping de ´meu hotel milhares de estrelas´. É uma experiência maravilhosa!”, relata.

A empresária dá algumas dicas para quem pretende ingressar nesta atividade. “Claro que depende muito da experiência que a pessoa quer viver, se quer algo com mais conforto ou algo mais rústico. Mas eu aconselharia a levar uma barraca com altura suficiente para ficar em pé, um colchão auto inflável e um lampião de pilha para iluminar durante a noite”, destaca.

Renata Foresti acampa há 4 anos e afirma ser uma opção segura de lazer em meio à natureza. Crédito: Arquivo pessoal
Renata Foresti acampa há 4 anos e afirma ser uma opção segura de lazer em meio à natureza. (Crédito: Arquivo pessoal)

CADASTUR – Os acampamentos turísticos estão entre as atividades de cadastro obrigatório no Cadastur. Segundo a Lei do Turismo, eles são definidos como áreas especialmente preparadas para a montagem de barracas e o estacionamento de reboques habitáveis (motorhomes), ou equipamento similar, dispondo, ainda, de instalações, equipamentos e serviços específicos para facilitar a permanência dos usuários ao ar livre.

Para o secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, William França, o crescimento no número de cadastros desta atividade está relacionado aos trabalhos de promoção e conscientização do Ministério do Turismo junto aos prestadores de serviços turísticos.

“Nossos esforços são incessantes no sentido de sensibilizar os estabelecimentos e profissionais do setor e difundir a importância do cadastro e os benefícios que ele pode aportar aos cadastrados”, destacou.

Dentre as vantagens do Cadastro estão o apoio em eventos, feiras e ações do MTur, o incentivo à participação em programas e projetos do governo federal, a visibilidade nos sites do MTur e do Cadastur, além de acesso a financiamento para melhorias nos serviços.

No Rio de Janeiro foi criado em 2020 o selo “Turismo Consciente RJ” com o objetivo de orientar empresas e turistas para que a volta à normalidade seja feita de forma segura e organizada. (Divulgação)

Quem está no Cadastur também pode obter o Selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro do MTur, que estabelece protocolos específicos para 15 atividades turísticas, entre elas, os acampamentos turísticos. O Selo representa um diferencial aos estabelecimentos por ser um símbolo do compromisso em adotar medidas de proteção contra a Covid-19. O cadastro é rápido, gratuito e pode ser feito online, clicando AQUI.

APOIO A OBRAS – Os acampamentos turísticos podem contar com o apoio do Ministério do Turismo em diversas vertentes. Uma delas é o aporte de recursos para obras de melhorias de infraestrutura. Para acampamentos turísticos administrados por entes públicos, o MTur, por meio do Departamento de Infraestrutura Turística (DIETU) da Secretaria Nacional de Infraestrutura Turística (SNINFRA), promove a celebração de contratos de repasse de recursos para apoio a projetos de infraestrutura turística e execução de obras e serviços de engenharia.

Campinas-SP foi uma das cidades mais procuradas pelos que buscam por viagens ao interior do Brasil. (Crédito: Rubens Chiri/Setur-SP)

Já os acampamentos privados, podem buscar apoio para investimentos via Fundo Geral de Turismo (Fungetur). O Fungetur é uma linha de financiamento operada com recursos do Ministério do Turismo que serve tanto para capital de giro quanto para a realização de obras de construção, modernização e ampliação visando a retomada das atividades, além de reformas em geral nos empreendimentos.

Para acessar o Fungetur é preciso ter registro no Cadastur e procurar uma das instituições financeiras credenciadas a operar a linha de financiamento. As instituições financeiras, por sua vez, farão a análise dos pedidos e aprovação da liberação dos recursos. O financiamento conta com taxas (de até 5% ao ano, acrescida da Selic) e prazos (de até 240 meses) diferenciados para auxiliar empreendimentos turísticos de todo o país. Para saber mais acesse AQUI(Fonte: Ascom do MTur)



Destinos brasileiros

Costa Marques (RO)

Real Forte Príncipe da Beira faz parte do Conjunto de Fortificações candidato a Patrimônio Mundial da UNESCO. (Informações da Ascom do MTur)

A imagem registrada pelo fotógrafo Roberto Castro traz o Real Forte Príncipe da Beira, a edificação faz parte do Conjunto de Fortificações candidato a Patrimônio Mundial da UNESCO.

Com um perímetro de mais de 900 metros, é uma das maiores obras edificadas pela engenharia militar portuguesa no Brasil Colonial. Está localizado às margens do Rio Guaporé, uma região estratégica para a defesa das fronteiras entre o Brasil e a Bolívia, disputadas por Espanha e Portugal, durante o período do Brasil Colonial, no século XVII.

O Real Forte Príncipe da Beira, em Costa Marques, no estado de Rondônia, foi o primeiro marco na região, construído há mais de 200 anos e é considerado a maior obra portuguesa fora de Portugal.

ILUSKA LOPES – Jornalista, Especialista em Turismo, Professora, Locutora, Colunista e Diretora de Redação do jornal Tribuna da Imprensa Livre. iluska@tribunadaimprensalivre.com


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