Por Iluska Lopes

A Travel Consul divulgou os resultados de sua terceira pesquisa global “A distribuição de viagens e o impacto da covid-19”. Os resultados da pesquisa fornecem insights cruciais e atualizados, rastreando o progresso dos parceiros de distribuição de viagens em relação ao impacto da pandemia, e os dados ajudam a compreender melhor seu papel em evolução na indústria.

A seguir estão as principais conclusões da pesquisa feita com 1.292 executivos de viagens (incluindo proprietários de agências, agentes independentes e operadoras de turismo) conduzida do final de janeiro ao início de fevereiro de 2021, em cinco continentes e 20 países. Na América do Sul, a Interamerican Network, representante da Travel Consul na região, liderou o estudo.

Dois terços dos entrevistados concordam que destinos e fornecedores que exigem passaportes de imunidade ou certificados de vacinação eletrônica para viagens internacionais provavelmente aumentariam as reservas em 2021, enquanto 44% dos entrevistados concordam que as vacinações generalizadas também contribuirão para um aumento.

Um terço dos executivos de viagens acredita que outros fatores, como certificações de saúde no destino, redução dos requisitos de quarentena ou oferta de teste para covid-19 gratuito terão mais impacto em seus negócios do que a vacinação generalizada.

Em um sinal positivo de recuperação, 54% dos clientes estão optando por adiar suas viagens, contra 35% que estão cancelando. Dos clientes que estão adiando, 50% estão procurando ir para onde haviam feito a reserva originalmente.

Quando os executivos de viagens foram questionados sobre em qual período de tempo eles mais estão fazendo novas reservas, a resposta mais popular foi o terceiro trimestre de 2021, representando 24% das novas reservas.

O restante das remarcações está bem distribuído ao longo do segundo e quarto trimestres de 2021 e 2022. No entanto, aproximadamente um terço dos entrevistados disse que os clientes não estão se comprometendo com uma nova data de viagem.

Cristo Redentor, símbolo do Rio de Janeiro, um dos principais destinos do planeta. Cidade recebeu selo da WTTC de destino seguro (Divulgação/Embratur)

Os entrevistados estão vendo um aumento na demanda por viagens individuais, com 41% relatando alto interesse nesta pesquisa (um aumento de 8% desde a pesquisa de outubro de 2020).

Há também um grande aumento nas pesquisas por hotéis e resorts com tudo incluído. O interesse em resorts com tudo incluído saltou de 16% em outubro de 2020 para 39% no primeiro trimestre de 2021, enquanto o interesse em hotéis aumentou de 14% para 38% nesse período. Esses produtos são seguidos em popularidade por pequenos grupos (22%) e viagem aérea combinada com aluguel de automóvel (21%).

Consistente com os resultados de 2020, os clientes ainda estão preocupados com a certificação de saúde/segurança do destino como o principal fator na decisão sobre para onde viajar. Preço e acesso a sistemas de saúde de qualidade também são duas considerações crescentes.

O fortalecimento do atendimento ao cliente e o ajuste dos modelos de negócios são as duas principais medidas implementadas pelos executivos de viagens nos últimos três meses em resposta à covid-19, com cerca de um terço das respostas. Visivelmente, a criação de um novo produto tornou-se significativamente menos importante desde outubro de 2020.

As últimas descobertas também mostram que um terço dos entrevistados disseram que exploraram novos destinos como uma resposta à covid-19. Esse número tem aumentado continuamente em 5% com cada novo relatório da Travel Consul, sinalizando para os DMOs (Destination Marketing Organization, ou Organização de Marketing de Destino) que este é um momento crítico para expandir seus esforços de marketing direcionados aos consultores de viagens.

A maioria (60%) dos parceiros de distribuição acredita que as políticas de cancelamento e flexibilidade dos fornecedores estão tendo um impacto positivo em seus negócios. Em outubro de 2020, apenas 45% dos parceiros de distribuição acreditavam nisso. Essa abordagem flexível certamente está facilitando as reservas antecipadas para viagens internacionais, conforme refletido em um aumento relatado de 7% desde a pesquisa de outubro em novas viagens internacionais reservadas com sete meses a um ano de antecedência.

Globalmente, três quartos dos entrevistados admitiram que há uma probabilidade de que seus funcionários ou contratados independentes deixem a indústria em 2021. Os 25% restantes relataram que isso não é provável acontecer. (informações do site Brasilturis)

***

Ministério do Turismo oficializa entrega de R$500 milhões do Fungetur para Região Nordeste

Em Fortaleza, ministro Gilson Machado Neto entregou cheque simbólico para BNB; R$250 milhões já foram liberados.

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, participou nesta segunda-feira (29.03), em Fortaleza (CE), da cerimônia que oficializou o repasse de R$ 500 milhões do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) ao Banco do Nordeste (BNB). Ainda neste mês serão liberados os primeiros R$ 250 milhões. Os recursos fazem parte dos R$ 5 bilhões destinados ao setor no combate aos impactos causados pela pandemia de coronavírus. Participaram do evento, ainda, o presidente do BNB, Romildo Rolim; o secretário Nacional de Atração de Investimentos, Parcerias e Concessões, Lucas Fiuza; o presidente da Embratur, Carlos Brito; o presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares; além de outras autoridades e parlamentares.

Ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, entrega recursos do Fungetur para o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim (Crédito: Roberto Castro/MTur)

Durante a solenidade, realizada seguindo os protocolos de biossegurança contra a Covid-19, o ministro Gilson Machado entregou ao presidente do BNB, Romildo Rolim, um cheque que simbolizando o repasse dos recursos do MTur. O Nordeste tem grande potencial de contratação dos recursos do Fungetur pelo BNB na Região, que conta com 23.918 prestadores de serviços turísticos registrados no Cadastur. Somente no Ceará, o número chega a 2.601.

A oferta de uma linha de financiamento deste porte só foi possível por meio da liberação histórica, pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, de um crédito extraordinário (MP 963) ao Fungetur. Transformada na lei 14.051, de 8 de setembro de 2020, a medida autorizou R$ 5 bilhões em crédito, principalmente, para micro, pequenos e médios empreendedores que atuam no setor e que tiveram suas atividades interrompidas pela pandemia.

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destacou que o Fungetur é fundamental para garantir o funcionamento das empresas, assim como a manutenção dos empregos no setor em especial neste período. “Sem dúvida, é uma conquista histórica para quem vive do turismo”, disse, lembrando que a maioria dos valores acessados foram para Microempreendedores Individuais (MEI).

“Sabemos da importância que o turismo tem e pode ter na economia do Nordeste. Temos tido um trabalho exemplar na manutenção de empregos e, dentro os países turísticos, somos um dos que mais salvaram postos de trabalho”, declarou.

Em 2020, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, as atividades turísticas no Ceará tiveram uma retração de 40,9%. A queda foi puxada principalmente pelos segmentos de restaurantes, transporte aéreo, hotéis, transporte rodoviário coletivo de passageiros e agências de viagens. Em dezembro, o índice de atividades turísticas no Ceará apresentou estabilidade pela primeira vez após meses de alta, com variação de -0,1% na comparação com dezembro de 2019.

O presidente da Embratur, Carlos Brito, reafirmou que todo esforço está sendo feito pelo ministro Gilson Machado e também pela Embratur para que o setor saia dessa pandemia da melhor maneira possível, salvando vidas, empresas e empregos. “Os senhores podem confiar que, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia, estaremos a postos para apoiar o turismo brasileiro”, disse. “Temos a certeza de que o nosso setor, apesar de ter sido um dos primeiros a passar por dificuldades devido à pandemia, tem um imenso potencial na retomada da economia do nosso país”, afirmou.

O presidente do BNB, Romildo Rolim, agradeceu a parceria do MTur e salientou a relevância dos valores para o turismo nas localidades atendidas pelo Banco do Nordeste. “Trazer esses R$ 500 milhões para incrementar o funding e fazer essa operação ainda melhor, muito nos alegra. O MTur e sua equipe têm nosso compromisso da boa aplicação desses recursos”, disse.

FUNGETUR – O Fundo é uma linha de financiamento, com recursos do Ministério do Turismo e que, diante do cenário de crise provocado pela pandemia de Covid-19, conta com taxas (até 5% ao ano, acrescida da Selic) e prazos (até 240 meses) diferenciados para auxiliar empreendimentos turísticos em todo o país.

Do universo contratado, 93% dos recursos foram destinados a Microempreendedores Individuais (MEI) e micro, pequenas e médias empresas. Além disso, 83% dos contratos assinados neste ano foram para capital de giro. O Fungetur conta, atualmente, com 27 instituições financeiras credenciadas a operar os mais de R$ 5 bilhões de recursos liberados pelo Ministério do Turismo neste ano.

O secretário nacional de Atração de Investimentos, Parcerias e Concessões, Lucas Fiuza, ressaltou a importância do Fungetur e reforçou o empenho do Ministério do Turismo em desenvolver o setor no país com qualidade, eficiência e investimentos. “O nosso objetivo é contribuir para a retomada do setor, de forma segura, responsável e competitiva, garantindo mais emprego e renda no nosso país”, ressaltou. (informações da Ascom do MTur)

***

Colaboração: Edimea Teixeira


ILUSKA LOPES – Jornalista, Especialista em Turismo, Professora, Locutora, Colunista e Diretora de Redação do jornal Tribuna da Imprensa Livre. iluska@tribunadaimprensalivre.com