Por Iluska Lopes –
A Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados realizou, nesta sexta-feira (7), uma audiência pública para comemorar o Dia Nacional do Turismo (CTur), celebrado em 8 de maio. O encontro aconteceu a pedido do deputado Eduardo Bismarck (PDT/CE). “Sem fluxo de turistas, os hotéis ficaram vazios, os restaurantes não tinham visitantes, o taxista não tinha quem transportar. As economias mais fragilizadas, como o Brasil, foram ainda mais prejudicadas dentro da pandemia. É nossa obrigação, como parlamentar, tentar minimizar esses prejuízos” destacou.
O presidente da Comissão, deputado Bacelar (Podemos/BA) lembrou que, apesar de ser um dia comemorativo, o turismo – atividade que impacta mais de 52 segmentos da economia – foi o primeiro a sofrer com o isolamento social e deverá será o último a sair da crise.
Dados da Confederação Nacional do Comércio revelam que 2021 começou com prejuízos acumulados em R$ 312 bi, sendo que a operação do setor chegou a março com apenas 45% da capacidade mensal de geração de receitas.
Bacelar ressaltou o potencial turístico brasileiro e reforçou a importância do incentivo às ações que fortaleçam o setor. “Nós tínhamos o entendimento de que as perdas seriam grandes, mas a situação se apresenta de forma muito mais delicada. Por isso, temos que nos unir ainda mais” pontuou.
O deputado, que é oposição ao presidente Jair Bolsonaro, tranquilizou as entidades ao anunciar que sua bandeira e ideologia política não afastarão o diálogo junto ao Governo Federal e que está disposto a encontrar soluções imediatas para tirar o setor da crise. “Minha ideologia política independe de qualquer coisa. O legislativo está com as portas abertas e já negociamos medidas e ações efetivas que beneficiem o trade turístico”.
Ao finalizar a solenidade, o presidente fez um apelo: “tomemos este Dia Nacional do Turismo como o marco zero de um esforço conjunto pelo reerguimento do turismo brasileiro. Temos que unir as inteligências, a criatividade, as experiências, o aprendizado, as sensibilidades de todos os atores. Comecemos a abrir espaço em meio a um cenário de perplexidades e incertezas em direção a uma indústria turística revigorada, renascida” concluiu.
Participaram a reunião os representantes do Ministério do Turismo, da Embratur, do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo – Fornatur, da Associação Nacional dos Secretários e Dirigentes Municipais do Turismo – Anseditur, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH, da Associação Brasileira de Agências de Viagens – ABAV, da Associação Brasileira das Empresas Aéreas – ABEAR, do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas – Sindepat, da Associação Brasileira de Resorts – Resorts Brasil , a Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo – ABBTur , a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura – ABETA, da Associação Brasileira de Empresas de Eventos – ABEOC Brasil e da Associação Brasileira dos Guias de Turismo – ABGTUR. (Informações do Pelo Mundo)
***
Setor aposta em demanda reprimida e não teme passaporte Covid
Segundo CNC, setor de turismo brasileiro perdeu 35,5 mil estabelecimentos em 2020, uma queda de 13,5% em relação a 2019.
Enquanto países da União Europeia e de outras regiões avaliam a adoção de um passaporte Covid, documento que atesta a imunização contra o vírus, como forme de impulsionar o setor de turismo de suas economias, o Brasil ainda patina no tema.
Ao mesmo tempo que diversos governos estrangeiros proíbem a entrada de brasileiros, diante da crise sanitária nacional, boa parte dos imunizados no país tomaram a vacina Coronavac, que ainda não foi aprovada pela União Europeia e, por isso, poderia não ser reconhecida como válida para um passaporte Covid.
Agências de turismo e associações do setor no Brasil, no entanto, ainda não se preocupam com a exclusão, e contam com a explosão de uma demanda reprimida por viagens internacionais no final do ano para se recuperarem do baque da pandemia.
“É cedo para dizer que o brasileiro vai ficar de fora só porque existe passaporte de imunização”, diz André Coelho, especialista em turismo da FGV Projetos. O economista afirma que existe uma demanda reprimida por viagens internacionais e que a reabertura pode impulsionar as vendas.
Alexandre Sampaio, diretor da CNC (Confederação Nacional do Comércio, Serviços e Tuirsmo) e coordenador do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur/CNC), afirma que o passaporte Covid ainda é uma conversa inicial e que a UE deve flexibilizar a medida.
“Existe uma pressão, os chineses já eram um mercado expressivo de visitação, são um potencial para a retomada do turismo no bloco”, diz.
Para Roberto Nedelciu, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), a discussão sobre um passaporte Covid ainda é incipiente e ainda depende de a Organização Mundial da Saúde (OMS) bater o martelo sobre a aceitação da Coronavac.
Coelho, da FGV, prevê que, com a reabertura das fronteiras, aconteça uma retomada rápida do setor, a depender da vacinação e do cenário econômico. “Não sabemos se vai ser uma crescente linear, é possível que suba num primeiro momento e que tenha uma pequena queda logo em seguida”, diz.
“Para ter brasileiro saindo, tem que ter turista entrando, tem que gerar lugares nos aviões”, afirma o economista. “Quanto maior o controle da pandemia, melhor sua imagem e capacidade receber e mandar turistas.”
Agências e entidades do setor também acreditam que o desejo do brasileiro de viajar vai levar a uma retomada rápida. De olho nesse impulso, algumas empresas já se planejam para o fim do ano.
“A curto prazo, devemos focar em países que conseguimos entrar”, diz Aldo Leone, presidente da agência de viagens Agaxtur.
“Temos uma temporada pela frente, esperando que seja melhor”, diz Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV). “O que ganhou força neste momento foi redescobrir o Brasil, enquanto aguardamos a reabertura das fronteiras”, afirma.
Segundo a CNC, o setor de turismo brasileiro perdeu 35,5 mil estabelecimentos em 2020 –queda de 13,5% em relação a 2019. O segmento é um dos mais afetados pelas restrições de circulação impostas para conter o vírus.
A desaceleração causada pela Covid-19 fez com que os gastos no exterior despencassem. De acordo com o Banco Central, brasileiros despenderam US$ 860 milhões em viagens neste trimestre, ante US$ 2,9 bilhões em comparação com o mesmo período do ano passado.
Agências de intercâmbio estudantil, que trabalham com viagens de período mais longo, também esperam a retomada ainda em 2021. A expectativa é que países que estão com a pandemia sob controle ou com alto índice de vacinação, como Canadá e EUA, sejam os primeiros a receber estudantes brasileiros, diz Celso Garcia, sócio-fundador da CI Intercâmbios.
No entanto, com a perda de renda de muitas famílias de classe média, destinos mais baratos, como Irlanda, devem receber uma demanda maior do que antes da pandemia, diz Garcia.
A Iata (associação internacional de transporte aéreo) desenvolveu um passaporte próprio, o Iata Travel Pass, documento eletrônico em que são registradas as informações sobre vacinação e testagem do passageiro.
A entidade, no entanto, critica a falta de padronização entre as diversas iniciativas de passports Covid, o que pode levar à exclusão de países em que o ritmo de vacinação é mais lento. Por isso, a Iata também defende que pessoas que comprovem terem sido testadas contra o vírus possam viajar. (Informações da Folha de SP)
ILUSKA LOPES – Jornalista, Especialista em Turismo, Professora, Locutora, Colunista e Diretora de Redação do jornal Tribuna da Imprensa Livre. iluska@tribunadaimprensalivre.com
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