Por Bolivar Meirelles

Hoje, na tática Política Brasileira, está exclusa a Revolução Socialista. Até pelo fato de que, se não resolvida a questão tática da defesa da democracia burguesa, a questão estratégica estaria inviabilizada.

O Governo Bolsonaro prega, ostensivamente o autoritarismo fascistoide dos Governos Militares ditatoriais criados no Brasil pós Golpe de Estado de 1964. A “abrilada”. O Ato Institucional Número Cinco. Várias barbaridades cometidas. Tortura, Estupro, Assassinato. Taticamente necessário se faz derrotar, em 2022 esse protótipo de neofascismo. Com a viabilidade da volta de Lula a disputa eleitoral a aglutinação a seu nome se fez rápida na Centro Esquerda.

Marginalizados ficaram os “concorrentes” divisionistas.

Prestar atenção ao discurso de Lula no pós julgamento do Ministro Edson Fachin e, no alargamento deste com o discurso Gilmar Mendes na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, na política, o nome de Lula veio forte. O discurso desse líder oriundo do movimento sindical, efetivado no Sindicato dos Metalúrgicos, compõe a coreografia tática do enterro do autoritarismo criado no Governo Bolsonaro mas com a convivência de Moro/Dalagnol, em Curitiba. Casamento espúrio da “Justiça” com a Política. Gilmar Mendes colocou a nu no primeiro encontro da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal logo após a decisão monocrática de Fachin desqualificando Moro para julgar Lula. Lula sinaliza para muitos assuntos: defesa da ciência; defesa da cultura; liberdade de imprensa; enfrentamento do Sistema Financeiro; Banco Central Público e não dominado pelos banqueiros; defesa dos interesses dos trabalhadores, inclusive servidores públicos… Sinaliza, no entanto, para o radicalismo sem extremismo. Lula se sente na centralidade, contra o extremismo. Lula não é um revolucionário. “O Que Fazer?” Lenin explica Lula. Sim, um político oriundo do sindicalismo. Tentativa de compor trabalho e capital.

Tentativa estratégica impossível. Taticamente, no Brasil de hoje, concreto, necessária talvez… “Um Passo Atrás dois adiante” Lenin e suas táticas necessárias. Claro que Lula pretende um nome Empresarial da Indústria, para apresentar-se ao painel eleitoral de 2022. Acabou com os “pretendentes concorrências” da Centro Esquerda, existem, até os que se diziam e querem se compor com os neoliberais não bolsonaristas, os arrependidos do ontem. Veremos, …, composição espúria. Sim. Os poucos mas revolucionários honestos, os que pleiteiam a Revolução Socialista, como ficarão? Apresentarão um “puro sangue” ao confronto eleitoral ou, taticamente, apoiaram a avalanche de Lula para derrotar o protótipo fascistoide, o Capitão e seu Militarismo Residual?

Veja que falo militarismo e não militares, porque esses devem ficar, nas suas missões constitucionais explícitas, defender a Pátria e o Povo Brasileiro.


BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio).