Por Daniel Mazola e Prestes Filho –
Em função da repercussão das matérias exclusivas: “SIRO DARLAN: a Força, a Indignação e a Verdade“ e “SIRO DARLAN: eu conheço a fome, eu conheço o frio, vivi a vida dos jovens e das crianças abandonadas – essa é a minha origem”, estamos publicando uma série de depoimentos e manifestações de solidariedade de diversos membros da sociedade civil sobre a “perseguição implacável” – como a maioria tem se referido ao caso – que culminou com a suspensão do exercício da função do desembargador Siro Darlan.
Nosso objetivo é transforma esse trabalho em livro ou edição especial do jornal impresso para ser distribuído gratuitamente, caso queira ou possa contribuir com algum valor, entre em contato via WhatsApp (55 21 98846-5176) ou e-mails: mazola@tribunadaimprensalivre.com / prestes@tribunadaimprensalivre.com
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SOMOS SIRO DARLAN
Depoimentos – Parte VII
#campanharestaurarverdade
RAQUEL BRAGA é juíza do Trabalho e integrante da Associação dos Juízes para a Democracia (AJD).
Parabenizo a série de reportagens e agradeço a oportunidade de dizer que conheci Siro Darlan antes da Magistratura Trabalhista, ainda quando professora do Município do Rio de Janeiro, por sua referência como Juiz da infância e juventude. Tempos depois, integrante da coordenação de Direitos Humanos da AMB, Associação dos Magistrados Brasileiros, tive a honra de participar do painel, presidido por ele, contra o preconceito nos esportes. Atualmente, partilho da sua convivência na AJD, Associação dos Juízes para a Democracia, testemunhando a conduta desse Magistrado, símbolo do combate à desigualdade, em prol dos excluídos, em defesa intransigente pelos direitos humanos e denunciador das ameaças que pairam sobre a democracia. Sabemos que esse currículo, nos dias de hoje, é criminalizado. Vivemos a época do LAWFARE em que homens íntegros são levados aos bancos dos réus. É essa a hipótese de SIRO DARLAN ter a sua honra e vida pessoal em questão. Força, Siro, o que está sofrendo é consequência do seu perfil de Juiz Garantista e de homem obstinado pela democracia.
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RUBENS CASARA é juiz da 43ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, escritor, professor, fundador do Movimento da Magistratura Fluminense pela Democracia (MMFD) e membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD).
Siro Darlan sempre foi uma referência no campo da magistratura democrática e comprometida com a luta contra todas as formas de opressão. Mesmo antes de entrar na magistratura já escutava relatos da atuação do então juiz Siro Darlan na defesa da população em situação de exclusão social, em especial das crianças e dos adolescentes historicamente excluídos das políticas públicas. Desde então, sou testemunha das lutas e das perseguições que marcam não só a carreira do Siro como também de todos aqueles que não cedem à tentação do exercício fácil do poder em nome dos interesses dos detentores do poder político e/ou econômico.
Não tenho dúvida de que a atuação do Siro Darlan sempre se deu nos marcos da estrita legalidade e em atenção à normatividade democrática e republicana. Paradoxalmente, esse rigor ético, republicano e democrático não costuma ser bem visto em ambientes aristocráticos, autoritários ou populistas. Infelizmente, a magistratura, hoje, vive em uma encruzilhada entre uma origem aristocrática, uma tradição autoritária e a chamada “tentação populista”. Não por acaso, o Sistema de Justiça tem sido o espaço de lutas políticas e da prática de “lawfare”, verdadeira guerra judicial, contra todos aqueles que lutam contra a racionalidade hegemônica, autoritária e excludente.
Siro Darlan é uma daquelas pessoas imprescindíveis a que se referia Bertolt Brecht. Uma pessoa que não perdeu a capacidade de se indignar com a opressão, de sofrer com a injustiça e de identificar o humano em cada pessoa. Não foram poucas as vezes que o vi se emocionar com os dramas das pessoas. Lembro-me bem de uma revolta de adolescentes em uma unidade socioeducativa na Ilha do Governador na qual a pronta atuação do Siro Darlan evitou uma tragédia. Também me marcou o belíssimo discurso do Siro em sua posse como Desembargador, na qual fez um diagnóstico preciso sobre as mazelas e distorções do judiciário fluminense ao mesmo tempo em que apontava para a necessidade de uma mudança de rumo da agência judicial em direção de uma atuação emancipatória, ética e radicalmente democrática, distante do patrimonialismo e do racismo que tanto mal fazem à sociedade brasileira.
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ROBERTA PEDRINHA é advogada e professora. Doutora em Sociologia Criminal pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ – 2014).
Querido Siro Darlan, seguimos juntos, a admiração só aumenta, à pessoa digna que é, bem como à sua admirável trajetória profissional, que transformou pra melhor o destino de muita gente, em especial, dos seres mais vulneráveis, como segue com o apoio daquela parte da comunidade jurídica constituída de valores civilizatórios. Coragem e Força Amigo, que passará, o fardo é grande, um desgaste pessoal e profissional, em plena pandemia, em meio à doenças, mortes, incêndios, destruição de nossa fauna e flora, autoritarismo e intolerância, que tocam ainda mais pessoas como você. Mas acredito que o fardo é proporcional à grandeza do ser humano. Você resistirá mais firme. Grande abraço!
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DANIEL MAZOLA – Jornalista profissional (MTE 23.957/RJ); Editor-chefe do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Consultor de Imprensa da Revista Eletrônica OAB/RJ e do Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional; Membro Titular do PEN Clube – única instituição internacional de escritores e jornalistas no Brasil; Pós-graduado, especializado em Jornalismo Sindical; Apresentador do programa TRIBUNA NA TV (TVC-Rio); Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (2004/2017) e ex-presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI; Foi Vice-presidente de Divulgação do G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (2010/2013).
LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Diretor Executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Cineasta, formado em Direção de Filmes Documentários para Televisão e Cinema pelo Instituto Estatal de Cinema da União Soviética; Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local; Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009); É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).
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