Por Jeferson Miola

A empulhação em 3 atos:

– ato 1: a sabatina-fake na CCJ do Senado: “no Supremo, a Constituição”;

– ato 2: anunciação da glória de deus: “um salto para os evangélicos”;

– ato 3: imagem mostra Bolsonaro e Mendonça fazendo troça do Senado e do STF [a imagem fala por si] e charlatães religiosos celebram terem conseguido engambelar o Senado.

Está-se diante de um caso explícito de perjúrio. Imediatamente após a decisão do plenário do Senado, vários parlamentares e líderes evangélicos apressaram-se em acalmar seus rebanhos esclarecendo que tudo foi jogo de cena, que André Mendonça seguiu o roteiro treinado e ensaiado por profissionais do marketing para enganar senadoras e senadores.

Pululam nas redes sociais vídeos de charlatães religiosos se regozijando da maestria do André Mendonça em mentir, sofismar e enganar os/as senadores/as.

O Senado foi ludibriado.

E, por isso, tomou uma decisão que, se não for revertida, terá consequências perigosas para a sociedade e para a democracia por quase 3 décadas.

O Senado tem não só a obrigação, como a competência constitucional privativa para anular a nomeação do tremendamente hipócrita para o Supremo. Este enganador da extrema-direita não pode tomar posse na Suprema Corte.

Lugar de pastor é o púlpito em culto religioso, não sentado em cadeira do STF.

JEFERSON MIOLA – Jornalista e colunista, Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.