Por Carlos Barreto –
A palavra saudade com sete letras apenas, tem um denominador forte, do senso comum, que ilustra mil sentimentos, uma infinidade de “sentires” que cada um apela.
Esta palavra é um hino ao sentimento da nostalgia, da distância, ou da privação de pessoas, épocas e cheia de lembranças afetuosas de alguém na sua ausência.
A origem da palavra saudade tem um começo, que une Portugal e Brasil, «Saudade definia a solidão que os portugueses tinham da sua terra, familiares e amigos, quando estes partiam para o Brasil.»
Saudade é um sentimento sem tradução, não existe em mais nenhum vocabulário uma palavra que músicas, livros expressam em toda a sua plenitude.
Saudade não se explica, sente-se. Saudade é o mote de recordações, de pessoas, de momentos, de vivências que a cada um pertence.
Cesária Évora expressou muito bem nas suas baladas a imensidão da palavra “Saudade”.
Existem algumas especulações sobre a origem da palavra “saudade”. Há quem defenda que a palavra vem do árabe saudah. Outros entendem que a sua origem vem do latim solitas, que significa «solidão».
Alguns especialistas indicam que palavras como saud, saudá e suaida significam «sangue pisado» e «preto dentro do coração». A metáfora perfeita para alguém que carrega no seu coração uma profunda tristeza, tristeza esta que pode ser causada pela saudade.
Os árabes utilizam o termo as-saudá quando se querem referir a uma doença do fígado, diagnosticada por estes como «melancolia do paciente».
Hoje, saudade é utilizada para uma série de situações e acontecimentos: quando nos referimos a alguém que faleceu e que nos traz grandes lembranças, quando alguma pessoa que nos era especial parte (para outro país, cidade), quando há muito não saboreamos um prato que adoramos. O mesmo acontece quando visitamos uma cidade e gostaríamos de lá voltar, quando relembramos um momento feliz da nossa vida, dos filhos quando são mais pequenos ou de casa, quando estamos longe.
Saudade palavra maravilhosa que nos leva a mundos onde só alguns podem alcançar.
CARLOS BARRETO – Consultor de Comunicação; Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Lisboa, Portugal.
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