Redação

Recém-empossado líder da maioria no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) disse em seu perfil no Twitter neste domingo (7.fev.2021) que vai apresentar um projeto de lei para anistiar os hackers que revelaram diálogos atribuídos a procuradores da operação Lava Jato, como Deltan Dallagnol, e ao ex-ministro da Justiça e ex-juiz federal Sergio Moro.

“Os diálogos entre Moro, Dallagnol e o Santo Ofício de Curitiba desvendaram um pântano de transgressões. Vou apresentar um projeto para anistiar os hackers que descobriram a patifaria. A contribuição para democracia justifica tirá-los da cadeia e incluí-los no Panteão da Pátria”, disse o senador.

Após decisão (íntegra – 191 KB) do ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), conversas entre procuradores da operação Lava Jato e o ex-juiz federal Sergio Moro, apreendidas na operação Spoofing, tornaram-se públicas.

A troca de mensagens foi obtida por hackers que invadiram celulares de autoridades brasileiras, como de Moro e procuradores. Tanto o ex-juiz, quanto os membros do MPF (Ministério Público Federal) negam a autenticidade dos diálogos.

Renan Calheiros foi um dos políticos citados em acordos de delação, com investigados afirmando que o senador recebeu propina dos desvios da Petrobras. Em dezembro de 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu denúncia que acusa o congressista de ter cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

OPERAÇÃO SPOOFING

Os arquivos das conversas foram apreendidos em 23 de julho quando foi deflagrada a 1ª fase da operação Spoofing, que apura a atuação do grupo de hackers. Os investigados foram presos. Um deles, Danilo Cristiano Marques, cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

Em diversas mensagens, os procuradores da República afirmam que iriam se reunir com Sergio Moro, que o consultariam ou precisavam ouvir a opinião do juiz sobre algum ponto.

Também há conversas em que então juiz federal fez pedidos e orientações ao procurador da República Deltan Dallagnol. O magistrado também informa ao então coordenador da Lava Jato no Paraná, antecipadamente, medidas judiciais adotadas contra investigados.

Leia os diálogos da Lava Jato e conheça os trechos principais. O material tem, ao todo, 50 páginas. Leia aqui a íntegra (826 KB) das mensagens.

O ex-presidente –condenado duas vezes na operação Lava Jato, nos casos do tríplex do Guarujá e sítio de Atibaia– aposta nas mensagens extraídas do celular de Sergio Moro para obter provas de que o ex-juiz agiu de forma parcial ao condená-lo.


Fonte: Poder360