Por Iata Anderson –
Pelé foi, continua sendo e será sempre apontado em qualquer pesquisa séria que se fizer para apontar o maior jogador de todos os tempos.
A revista americana Sportsnaut apresentou uma lista dos dez maiores jogadores da história do futebol e escolheu Pelé como número 1, destacando sua importância e pioneirismo na semente do “soccer”, como é conhecido o nosso futebol naquele país. Não foram divulgados os critérios para a formação da lista, talvez obedecendo a escolha a partir de um determinado período, o que justificaria a escolha de Messi em segundo lugar e Cristiano Ronaldo em terceiro, superando Maradona. Daí para a frente foram ignorados quaisquer critérios, é assim que entendo a classificação de Mbappé, em quinto lugar, à frente de Johan Cruiff e Ronaldo Fenômeno. Em seguida, Zidane – tudo bem – e Platini, aí exagerou, bem como a escolha do goleiro italiano Buffon, inexplicavelmente fechando a lista.
Besteira, perder tempo, falar dos que ficaram fora, faça você mesmo sua lista.
É sabido que nem todo jogador tem oportunidade, ou não quer estudar. A profissão é muito ingrata, levando os meninos precocemente a assumir uma reponsabilidade para a qual nem sempre está preparado, como a primeira casa para a mãe, depois um carro para se movimentar, optam quase sempre por modelo caríssimo, a casa nem tanto. Mas é assim que um menino de 8, 10 anos chega ao clube e pode se tornar milionário aos 18 anos, coisa rara, a bem da verdade. Não há um trabalho de conscientização nos clubes, muito preocupado em “fazer” um Vinicius Junior, que acabou levando para os cofres do Flamengo uma grande fortuna. Repetiu, agora, com João Gomes, grande revelação, com muito menos “zeros” que a conta de Vini. É assim que a banda toca. Se der tudo certo fica milionário, compra mansões, carros caríssimos, helicóptero e até aviões. Se não der, quando parar vira comentarista de televisão, quase sempre totalmente despreparado, custo baixo, imagino, para se prestar a elogiar, tudo e todos, sob orientação da “produção”, claro, pieguice a todo vapor, nenhuma crítica, todo jogador é muito bom, nenhuma orientação, contribuição para a formação do menino. O texto, o mesmo de sempre para todos os jogos, basta gravar um e trocar os nomes, tudo resolvido. A audiência que se lasque, ou tira o som. Menos mal que o excelente Roby Porto está de volta.
A última medida anunciada pela FIFA para “melhorar” o futebol, foi abordada na reunião anual do Conselho Internacional de futebol (IFAB), realizada em Londres, veio com pelo menos duas décadas de atraso, visto que já discutimos esse assunto, quando eu estava na Radio Tupi, que resultou no envio de uma pauta para os “velhinhos” discutirem. Claro que nem responderam, havia coisa mais importante a discutir, como obrigar o árbitro a usar – parte do kit de trabalho – lápis e papel para anotar cartão, podendo ser feito pelo quarto árbitro, facilitado pela forma de comunicação de alta qualidade usada hoje. Em nenhum esporte árbitro faz anotações. Como era esperado, a sugestão foi vetada e falou-se em “descontos” maiores, como foi feito na copa do mundo do Catar, um tiro no pé. Queriam “os velhinhos” parar o cronômetro para evitar a perda de tempo, mesmo acrescentando esse período. “Não digo que se deva parar o relógio toda vez que a bola sair de campo, mas aquelas situações que tiram muito do tempo oficial como comemoração de gol, substituições, pênaltis, lesões e o VAR”, disse Pierluigi Collina, diretor de arbitragem da Fifa. Não foi falado sobre a “cera” provocada pelos goleiros – brasileiros em especial, pioneiros e exportadores – tão fácil de resolver. Ficou para a próxima reunião, possivelmente no Caribe, regata a vinhos e whiskies dos mais caros. O que questionamos no passado aparece em destaque, posto em cima da mesa, foi vetado, mais um tiro no pé. O veto, entretanto, não escapa da pergunta, no ar todo esse tempo. Por quê acrescentar 10 minutos se ninguém vai devolver – dependendo do placar – o estado emocional dos jogadores, diferente daquele em que houve as paralisações.
Não se surpreendam se um dia algum “velhinho” sugerir acabar com a comemoração do gol. Não está muito longe disso.
Terrível para o futebol, o calendário mundial do futebol, quase todo organizado ($$$$$$) organizado pela Fifa, garganta profunda do maior esporte praticado nesse planeta. Vão sobreviver uns poucos, mais aqueles bancados pelos donos do petróleo, caso do Real Madrid, que tem a cada ano, um superávit maravilhoso, graças a seu presidente Florentino Peres, empresário bem sucedido, não deixa seus jogadores nas mãos de agentes, há pessoal no clube preparado para resolver essas pendências. Quem não puder manter um elenco de 23 jogadores, no mínimo, vai encontrar muita dificuldade para levar o barco. No futebol não há, ainda, um clube que possa se programas com tranquilidade para enfrentar até cinco competições sem abrir mão de pelo menos duas. Se tentar disputar todas não chega a lugar algum, nem Flamengo ou Palmeiras, mais próximos dessa realidade
Preparando a sala para assistir mais uma partida do Real Madrid, neste domingo, contra o Athletic Bilbao, liguei na ESPN que anunciou à exaustão, a transmissão do jogo. Uma boa “pré hora” como a gente chamava antigamente, pessoal muito bom, todos jovens, até gostei, mesmo tão exigente como me conheço, de parabéns. Terminou e o apresentador fez a passagem para o San Mamés, em Bilbao. Pasmem, entrou uma gravação do “Resenha”, que já passou umas duzentas vezes. Passei por todos os canais e não entrei o jogo. Com 18 minutos corridos foi achar a transmissão no Star+. Podiam, ao menos, fazer uma chamada. Nada, fiquei no vácuo.
Quanta esculhambação, ESPN, com todo o potencial que você tem. Triste.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
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