Redação

A redução na taxa para 6% ao ano levou os juros no Brasil para o menor patamar das últimas desde 1986, certo?

Se você pensar na maioria dos tomadores de crédito, a classe média que volta e meia entra no cheque especial e os que dependem do CDC, Crédito Direto ao Consumidor, a taxa de juros cobrada, paradoxalmente, é a maior da história.

322,23% ao ano. Em dinheirês: quem pegar R$ 1 mil e pagar um ano depois terá de desembolsar R$ 4.223, 23.

Coisa de achar agiota um tipo generoso.

Mas não é só a gula dos bancos, é a cumplicidade do governo, que deixou de usar os bancos oficiais como alavanca para reduzir o custo do dinheiro no mercado bancário.

Veja o que relata o Valor:

Alguns especialistas da indústria bancária ouvidos pelo Valor reconhecem, reservadamente, que o mercado pode ter aproveitado para migrar para um patamar de preço mais alto depois que a Caixa e o BB começaram a subir as suas taxas. Os dados mostram que, de forma geral, os bancos federais saíram na frente. Quando a presidente Dilma determinou a baixados juros dos bancos federais, as taxas caíram a uma mínima de 60,8% ao ano na Caixa e 80,4% ao ano no BB, em março de 2013. Desde então, subiram para, respectivamente, 298,9% ao ano e 298,5% ao ano.

Traduzindo: BB e Caixa são promotores de juros assassinos sobre os brasileiros.

Claro que, por isso, o brasileiro faz de tudo para fugir do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito (300% ao ano, em média). Mas nem sempre consegue. E, por isso, os ganhos com os juros do cheque especial, mesmo com as suas operações representando uma ínfima parte dos empréstimos, representam 10% da receita dos bancos com juros em operações de crédito.

Chega a ser piada trágica falar que os juros caíram no Brasil. (fonte: DIAP)