Redação –
O ex-ministro da Fazenda e pré-candidato ao Planalto pelo PDT, Ciro Gomes, fez publicação no Twitter sobre matéria do jornal O Globo revelando que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser o primeiro chefe de Estado a deixar o mandato com o salário mínimo abaixo do valor inicial desde o Plano Real.
“Diz O Globo que Bolsonaro será o primeiro presidente desde o Real a terminar o mandato com salário mínimo valendo menos. É bem mais que isso: será um presidente que deixará a Presidência da República valendo menos”, escreveu Ciro.
PERDEU VALOR REAL – Matéria do jornal do Rio de Janeiro mostra que Bolsonaro vai terminar seu mandato em dezembro de 2022 como o primeiro presidente, desde o Plano Real (julho de 1994), a deixar o salário mínimo valendo menos do que quando entrou. Nenhum governante neste período, seja no primeiro ou segundo mandato, entregou um mínimo que tivesse perdido poder de compra. Pelos cálculos da Tullett Prebon Brasil, a perda será de 1,7%.
“Eu eleito, minha primeira providência será restaurar a autoridade da presidência da República, que está destruída. Sem autoridade, não autoritarismo, autoridade. Ter exemplo, impor autoridade aos limites da Constituição aos demais órgãos do estado nacional brasileiro, consertar a baderna institucional que nosso país está mergulhado”, disse Ciro neste domingo, em entrevista ao programa Canal livre, da TV Band.
REELEIÇÃO – O ex-ministro da Fazenda também criticou a reeleição, afirmando que o mecanismo acaba “travando o êxito de qualquer presidente”, já que opositores e mesmo aliados trabalham para “não deixar você acertar a mão”. Em falas anteriores, Ciro já defendeu que, se eleito, não disputará a reeleição.
“Eu vou propor concretamente o que penso fazer, de onde vem o dinheiro, quanto custa para fazer aquilo que pretendo fazer. Eu vou fazer anunciar metas e o Brasil vai ser uma Espanha em 30 anos com metas intermediárias de 5 em 5 anos em todos os setores da vida brasileira”, afirmou.
Em relação à crise econômica, Ciro apontou que é a primeira vez em 120 anos que o Brasil fica uma década sem crescimento. O presidenciável defende que o problema é com o modelo econômico do país, e com a “forma como organizou a institucionalidade fiscal brasileira”.
FAZER CERTO – “Não é possível que a gente imagine que o que está errado no Brasil porque tinha um manual de fazer certo e os caras de Brasília são tão salafrários que fazem tudo errado de propósito. Não é”, apontou o pedetista. “É que o Brasil tem um corte de classe em que cinco pessoas acumulam a renda de 100 milhões brasileiros mais pobres e eles dão as cartas”, argumentou.
Ciro voltou ainda a criticar a polarização entre Lula e Bolsonaro. Ele admitiu que há maior evidência entre um presidente que está no cargo e com um ex-presidente que participa de todas as eleições presidenciais “como candidato ou colocando um preposto” desde 1989.
“Mas deixe dizer, entretanto, porque recuso essa simplificação. Não é me queixando, é porque ela não responde de fato sobre o que represento ou tento representar na dinâmica brasileira”, disse. Ele ainda criticou o presidente Lula por ter tratado sobre aborto em discurso recente, afirmando que a sociedade brasileira é religiosa e trata o tema como tabu. Ciro ainda disse que a polêmica “entregou três pontos para o Bolsonaro” nas pesquisas eleitorais.
Fonte: Correio Braziliense
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