Redação

A Polícia Federal informou ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello que pretende ouvir “nos próximos dias” o presidente Jair Bolsonaro na investigação sobre suposta interferência do chefe do Executivo na corporação.

O cargo de presidente permite a Bolsonaro prestar depoimento por escrito.

Leia a íntegra (12 mb) do inquérito. Acompanhe o andamento aqui.

A suposta tentativa de intromissão por parte do chefe do Executivo foi apontada por Sergio Moro, quando de sua demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo o ex-ministro, a intenção fica demonstrada em declarações do presidente na reunião ministerial de 22 de abril.

“Informo a Vossa Excelência que as investigações se encontram em estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias torna-se necessária a oitiva do senhor Jair Messias Bolsonaro, presidente da República”, escreveu a delegada Christiane Correa Machado.

Fonte consultada pelo Poder360 confirmou que entre as diligências restantes para a conclusão das investigações está a oitiva do presidente, ainda não marcada.

De acordo com depoimento prestado por Moro, Bolsonaro pedia substituições na PF para ter “acesso a relatórios de inteligência da PF”, mas que o presidente já tinha acesso a esses documentos por meio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência).

Em pronunciamento no Planalto em 24 de abril, Bolsonaro rechaçou as acusações de Moro e afirmou que nunca interferiu em qualquer investigação da PF, mas disse que procurou saber, “quase implorando”, sobre casos como o da facada que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.

“Não são verdadeiras as insinuações de que eu desejaria saber sobre investigações em andamento”, declarou.

FABRÍCIO QUEIROZ

A delegada responsável pelo inquérito que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, Christiane Correa Machado, enviou ofício à Superintendência na PF no Rio para cobrar informações sobre eventual pedido da defesa de Fabrício Queiroz a investigações sigilosas. O pedido da delegada se baseia em petição da defesa do ex-ministro Sergio Moro.

Os advogados do ex-juiz mencionam reportagens que indicam que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro soube, em agosto do ano passado, de investigação sigilosa da Polícia Federal no Rio de Janeiro que atingia o filho mais velho do presidente.


Fonte: Poder360