Redação

As eleições para a presidência da Câmara de Deputados e do Senado Federal fortalecem a pauta de costumes, o conservadorismo e a agenda fiscalista. O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e o deputado Arthur Lira (PP-AL), com alguma diferença de estilo, reforçam o campo bolsonarista.

Para o consultor sindical e analista político Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), “ficará mais fácil avançar projetos ligados à pauta de costumes, ao rigor fiscal e ao desmonte da rede de amparo social construída na Assembleia Nacional Constituinte”.

O consultor também pede atenção à democracia. Ele diz: “Rodrigo Maia, apesar da visão fiscalista e pró-mercado, foi anteparo a tentações autoritárias de Jair Bolsonaro”. Com as 2 novas presidências, especialmente na Câmara, não se tem certeza de que essa resistência persistirá.

O senador Pacheco integra a direita civilizada, ou seja, sem necessariamente apelar à truculência. Não seria o caso do presidente da Câmara, tido como muito comprometido com as pautas retrógradas e pela fragilização do Estado frente ao mercado.

Auxílio
Segundo a Folha de S.Paulo, da última quarta (3), os 2 novos presidentes teriam simpatia a alguma forma de auxílio aos desvalidos. Há mecanismos que podem ser utilizados para créditos extras, como o “estado de calamidade”.

Mas, segundo Toninho do DIAP, existe forte resistência na ala econômica do governo. Guedes, especialmente.

MARGEM – Para Antônio Queiroz, que, desde a Constituinte, pelo DIAP, assessora o movimento sindical, a margem do sindicalismo se estreita. Ele defende a busca do diálogo com as direções das Casas, mas orienta que as entidades reforcem a ação na base e ampliem meios de custeio, “que a legislação permite”. Ele não descarta novos ataques e estímulo à precarização, como trabalho por plataformas virtuais e outros.

Como o desmonte da rede de proteção social deve ser acelerado, Antônio Augusto de Queiroz recomenda resistência e reforço da pauta sindical unitária, que defende vacina para todos, proteção ao emprego, Auxílio Emergencial e ações solidárias. “As entidades precisam também conscientizar as categorias e manter mais próximas as bases”, afirma.


Fonte: Agência Sindical