Por González Gonzalo Fernando –

A série gravada na Coreia do Sul aborda o problema das sociedades pós-modernas ancoradas no consumo ilimitado, propondo um alto impacto em termos de sensacionalismo em relação à morte, sob a ideia foucaultiana de “fazer viver e deixar morrer” onde jogadores superendividados dão suas vidas para alcançar o jackpot, uma soma suntuosa de dinheiro que lhes permitiria sair de seu colapso financeiro.

Nele, é recriado um conjunto de teorias desde o nascimento da sociologia até teorias mais contemporâneas, desde a sociologia de Spencer baseada no darwinismo social onde os mais aptos sobrevivem, em cada jogo, os outros não só são eliminados como também pagam com a vida, o jogo não seria diversão em si, mas competição no seu melhor, chegando em alguns capítulos a um estado de natureza (Contratualismo) mas regulado pelos vigilantes, a proposta do panóptico também aparece uma vez que eles são vistos permanentemente pelos hierarcas do jogo, em uma ilha distante das grandes metrópoles daquele país.

A sociedade disciplinar surge em termos de poder, não só do repressivo, mas do produtivo, conquistando a disciplina em cada jogo, sendo necessário aceder à informação prévia de cada jogador, visto que foi previamente convocado sabendo dos seus problemas económicos, deixando-lhe um cartão com telefone que indicava o local e a data de início do jogo, típico de uma sociedade hiperconectada e da informação. Para isso, o conceito de “exame” de Foucault na verdade e nas formas jurídicas não traz luz a essa prática social.

Também levanta os usos do tempo nessa “modernidade líquida” ancorada no curto prazo onde os personagens têm empregos flexíveis, em condições precárias, com salários exíguos, seguindo a ideia de Bauman de incerteza das sociedades contemporâneas.

O materialismo histórico também está presente na lógica do fetichismo da mercadoria, visto que ao dinheiro é atribuído um papel simbólico desejável como algo sobrenatural que permite a salvação e a felicidade eterna, muitos personagens rompem laços afetivos ao entrarem no jogo, de ex-amigos, casais, etc. . O acesso ao sucesso econômico é essencial do ponto de vista utilitarista, por exemplo, quando uma mãe acredita que seu filho é um empresário de sucesso e na realidade ele está hiper-endividado, procurado pela polícia local, típico de tal situação, mostram ex-presidiários com uma maior capacidade de adaptação ao jogo, a partir de suas próprias experiências de prisão de cada um por si. Embora termine com uma mensagem esperançosa do personagem principal e vencedor do jogo buscando conseguir um empate para não matar seu amigo, é a lógica do jogo que não permite a existência do empate e acaba aniquilando seu amigo.

Outro capítulo interessante seguindo essa ideia de rompimento dos laços familiares é quando a polícia se reencontra com um dos principais guardas do jogo, sendo seu irmão que havia desaparecido há muito tempo, tendo como resultado o assassinato do guarda em relação ao próprio irmão , uma vez que os guardas não podiam dar a conhecer os seus rostos.

Por fim, a mensagem que nos traz é visualizar as injustiças sociais nesse espaço que emerge entre a justiça e o que nunca foi conhecido pela consciência coletiva (Durkheim) da dita sociedade norte-coreana.



El “Juego del Calamar” desde una mirada sociológica

Por González Gonzalo Fernando

Tradução: Siro Darlan de Oliveira

La serie gravada en Corea del Sur aborda la problemática de las sociedades posmodernas ancladas en el consumo ilimitado, proponiendo un alto impacto en término de sensacionalismo hacia la muerte, bajo la idea Foucaultiana de “hacer vivir y dejar morir” donde los jugadores súper- endeudados dan su vida por alcanzar el premio mayor, una suntuosa suma de dinero que los permitiría salir de su colapso financiero. En la misma se recrea un conjunto de teorías desde el nacimiento de la sociología hasta teorías más contemporáneas, desde la sociología de Spencer basada en el Darwinismo social donde sobreviven los más aptos, en cada juego, los demás no solo son eliminado sino que pagan con su vida, el juego no sería la diversión en si mismo sino la competencia en su máxima expresión, llegando en algunos capítulos a un estado de naturaleza (Contractualismo) pero regulado por los vigilantes, también aparece la propuesta del panóptico dado que los mismos son vistos de forma permanente por los jerarcas del juego, en un isla lejana de las grandes metrópolis de dicho país.

La sociedad disciplinaria se plantea en termino del poder no solo de lo represivo sino de los productivo logrando disciplina en cada juego, siendo necesario acceder a la información previa de cada jugador dado que previamente se lo convocaba sabiendo sus problemas económicos dejándole una tarjeta con un teléfono que indicaba el lugar y fecha para comenzar la partida propio de una sociedad hiperconectada y de la información. Para ello el concepto de “examen” de Foucault en la verdad y las formas jurídicas no trae luz para esta práctica social.

También plantea los usos del tiempo en esta “modernidad liquida” anclados en el corto plazo donde los personajes tienen empleos flexibilizados, en condiciones precarias, con magros sueldos, siguiendo le idea de incertidumbre de Bauman de las sociedades contemporáneas.

El materialismo histórico también está presente en la lógica del fetichismo de la mercancía, dado que se adjudica al dinero un rol simbólico deseable como algo sobrenatural que permite la salvación y la felicidad eterna, muchos personajes rompen los lazos afectivos una vez que ingresan al juego, desde ex amigos, parejas, etc. El acceso al éxito económico es primordial desde una perspectiva utilitarista, por ejemplo cuando una madre cree que su hijo es un éxito empresario y en realidad esta hiper-endeudado buscado por la policía local propio de tal situación, muestran a ex convictos con mayor capacidad de adaptación al juego, basado en su propias experiencias carcelarias del sálvense quien pueda. Si bien tiene un final con un mensaje esperanzador por parte del personaje principal y ganador del juego buscando lograr un empate para no matar, a su amigo es la propia lógica del juego la que no permite la existencia del empate y termina aniquilando a su amigo.

Otro capítulo interesante siguiendo esta idea de vínculos familiares rotos es cuando se reencuentran el policía con uno de los principales vigilantes del juego siendo el su hermano que había desaparecido mucho año antes, teniendo como desenlace el homicidio del vigilante hacia su propio hermano, dado que los vigilantes no podían dar a conocer sus rostros.

Por último el mensaje que nos trae es visualizar las injusticias sociales en ese espacio que emerge entre la justicia y lo no conocido jamás por la conciencia colectiva (Durkheim) de dicha sociedad Norcoreana.

GONZÁLEZ GONZALO FERNANDO – Consultor em análise estatística de dados para empresas, profissionais e estudantes. Correspondente e representante do Jornal Tribuna da Imprensa Livre na Argentina; Diretor da Conperspectiva Consultores (www.conperspectiva.com); Graduado e Professor em Sociologia da Universidade de Buenos Aires. Perito sociólogo do Supremo Tribunal de Justiça (Bs. As). Mestre em Políticas Públicas e Governo (UNLa). Atuou como coordenador de estudo no âmbito do Observatório da Criança em convênio com a UAI. Foi responsável pela área em projetos realizados por diversas empresas multinacionais como pelo Instituto Gino Germani, na área de Saúde e População e no Centro de Estudos de Opinião Pública. Foi chefe de Instrução do Distrito de Ezeiza no Censo INDEC 2010 e professor de metodologia de pesquisa na Universidade de Lanús e Lomas de Zamora no Mestrado em Sistemas Alternativos de Resolução de Conflitos. Foi responsável pelo tema Comportamento do consumidor no Instituto Universitário Escola Argentina de Negócios. Funcionou como coordenador técnico e professor do Curso de Bacharelado em Interpretação e Tradução em Formas de Comunicação Não-verbais da Universidade Nacional de Lanus. Realiza consultorias para diferentes organizações privadas e públicas nos níveis municipal, provincial, nacional e internacional.


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