Por Felipe Coutinho

Em 22 de setembro de 2016, o Conselho de Administração da Petrobrás aprovou a venda de 90% das ações da subsidiária integral Nova Transportadora do Sudeste (NTS), após reestruturação societária prevista para que a NTS concentre ativos de transporte do Sudeste (Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo), para a Brookfield Infrastructure Partners (BIP) e suas afiliadas, através de um Fundo de Investimento em Participações (FIP), cujos demais cotistas são British Columbia Investment Management Corporation (BCIMC), CIC Capital Corporation (subsidiária integral da China Investment Corporation – CIC) e GIC Private Limited (GIC).

Desde 2016, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) alerta a direção da Petrobrás e a sociedade brasileira sobre os prejuízos financeiros e estratégicos referentes à privatização da NTS.

A AEPET estimou que a Petrobrás teria prejuízos financeiros, com a privatização da NTS, a partir do 19º mês após a alienação. Também alertou que a companhia passaria a ter riscos desnecessários para escoamento da sua produção de gás natural e de petróleo (associados) por passar a depender de terceiros para acesso a infraestrutura desta operação.

Este trabalho revela os prejuízos entre 2017 e 2019, assim como projeto os resultados financeiros negativos entre 2020 e 2030.

Para uma taxa de desconto de 7% ao ano, compatível com o custo de capital da Petrobrás, o Valor Presente Líquido (VPL) da alienação da NTS é de um prejuízo de R$ 15,4 bilhões (entre 2017 e 2030). Para períodos mais longos a lesão se agrava ainda mais. Os prejuízos ao Sistema Petrobrás se iniciaram a partir do 22º mês da realização do negócio.

Para a Brookfield Infrastructure Partners (BIP) e suas afiliadas foi um “negócio da China”. A Taxa Interna de Retorno (TIR) alcança 45,5%.

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FELIPE COUTINHO – Engenheiro químico, Presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)

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