Por José Macedo

O governo atual, liderado pelo Capitão Bolsonaro, foi pavimentado por Michel Temer e pelo então juiz Sérgio Moro. É a continuidade do que foi executado pelo governo que o antecedeu, incompetente, corrupto, falso e entreguista.

O golpe que ocorreu, em 2016, foi, adredemente, preparado por forças invisíveis, que a par e passo, passam a ser reveladas.

O neoliberalismo cumpre sua missão, a destruição do Estado, como pano de fundo, para desvios, entrega de nossas empresas ao setor privado. Como se vê, a farsa de nacionalista está sendo desmascarada. Porta-se em oposição aos ditadores de 1964, embora os defenda, porque é entreguista e lesa-pátria, revelação de incompetência e desamor ao País. De um presidente que se ajoelha diante de uma bandeira de outra nação, nada diferente poderemos esperar dele.

As notícias que, nesses dias, foram divulgadas pela mídia em geral ou pelas redes sociais, em abundância e euforia, dizendo do índice de crescimento da economia, referente ao primeiro trimestre deste ano de 2021, não passam despercebidas. Não podemos deixar de observar e analisar o universo da política e da economia, sem que observemos reações diversas. Porém, não é difícil discernir análises falsas das verdadeiras.

Não nos surpreende sua estratégia de mentir para levar vantagem, ao mesmo tempo em que engana seus amorfos seguidores.

Primeiro, faço um retrospecto, quando, há uma semana, comentava-se sobre as noticias anunciadas pelo governo, os ditos sinais de aceleração da recuperação da economia, o que foi negado por vários estudiosos, analistas e conceituados economistas, incluindo a FGV e outros estudiosos, que acompanham, diariamente, a movimentação e performance de nossa economia.

A defesa do índice de crescimento do PIB sai dos agraciados por cargos, garantidos pelo Palácio do Planalto e pelo Paulo Guedes, é o caso do presidente do BNDES e do BACEN. Mas, considerando o histórico e pensamento neoliberal do Paulo Guedes, essa falsa análise não causou estranheza, pelo menos, para mim.

Ao ler os Jornais, vi a euforia do governo, vociferando: “acabou a recessão, em função das positivas ações de meu governo”. Verifiquei que se trata de repetição das mesmas firulas do Michel Temer, em 2017, cujo intuito é o de enganar e fazer propaganda.

Nada mais mentiroso e insólito poderíamos ouvir, exatamente, porque utiliza de um número isolado, esquecendo de incluir outras variáveis e números.

A FGV e outros economistas já contestaram essa eufórica e açodada comemoração. Ocorreu, por favoráveis razões climáticas e cíclicas, um estupendo crescimento na produção agrícola, exemplifico as safras de milho e soja, o agronegócio e a produção mineral, puxados pela influência do setor exportador.

O crescimento de 1 2% do PIB, no trimestre, deu-se por fatores aleatórios, cíclicos e climáticos, além dos indicados, acima, repito. Esse percentual não se deu pelo dedo da política econômica do governo, sabe-se. O governo esconde que, no acumulado de 4 trimestre, o PIB (produto Interno Bruto) recuou em 3,8%, o consumo das famílias diminuiu, por conta de seu endividamento e aumento do desemprego, este, beirando os 15 milhões, sem mencionar os que caíram na informalidade.

Do mesmo modo, é falso atribuir à queda do PIB em 3,8%, tendo como causa a pandemia, porque, já se verificava acentuada tendência, nesse sentido, antes da crise sanitária. Assim é que, os demais índices reveladores de crescimento econômico continuam negativos, sem adentrar no aumento dos que passam fome e retornaram ao Mapa da Fome, segundo Relatório da ONU. O governo usou de índice, isoladamente, produzido, em um espaço de tempo curto. Por exemplo: o investimento, o consumo das famílias, compra de máquinas e equipamentos, o setor da construção civil, automobilístico e o comércio despencaram.

Esses setores atravessam crises, sem que haja sinais de recuperação.

Lembro o alto índice de desemprego, o endividamento das famílias e a ociosidade das empresas, que merecem repetição. A economia não tem absorvido a mão de obra desempregada ou subempregada. Não existem neste governo medidas compensatórias ou emergenciais empregadas para a aguda crise.

O governo faz o papel dele, nessa crise política, econômica e social, que carrega sob sua responsabilidade a conta de 460.000 mortes pelo vírus, nessa crise sanitária, comprovada sua omissão ou, pífio esforço para conter tantas mortes e infecções. O presidente é convocado pra dar explicações em diversos acusações ao STF e ministros de sua equipe estão sob investigação e sub-Judice, são provas de que os fatos colocam na corda esse desgoverno.

Mas, seu método, não dispõe de outro, é o de enganar, por isso, busca um salvo-conduto e, qualquer coisa, neste momento, serve de alento, nessa arapuca em que está preso. Sua defesa é fundada em falar mal de modo grosseiro e preconceituoso de seus adversários, transferindo responsabilidades, pensado nas eleições de 2022.

Pra esse governo, mais uma mentira não tem importância nenhuma, até porque, deu certo para eleger-se, em 2018. Com isso, pratica mais um crime de estelionato, o que para ele e para seus seguidores não faz diferença. Finalizo: A CPI (Comissão Parlamentar de inquérito), em curso, no Senado da República, deixará as vísceras do governo Bolsonaro expostas.

Não sei se haverá tempo suficiente para impeachment. Pobre República!

JOSÉ MACEDO – Advogado, economista, jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.