Por Pedro do Coutto –

No domingo, Lula da Silva, na Escola de Samba da Portela, defendeu o voto útil, atacando Ciro Gomes. Em Copacabana, Ciro Gomes defendeu o voto em si próprio atacando o ex-presidente da República. O episódio focalizado em reportagem de Jan Niklas e Lucas Mathias, O Globo desta segunda-feira, deslocou a questão essencial que é o confronto entre o petista e Bolsonaro.

Como se constata, nesta altura dos acontecimentos, o que é ruim para Bolsonaro é que o debate se trava sobre o primeiro turno, em 2  de outubro, e um segundo turno, marcado para 30 de outubro. A dúvida quanto a vitória de Lula coloca-se assim numa questão de tempo, sobretudo porque Bolsonaro não apresenta sinais de vitalidade eleitoral faltando apenas cinco dias para as urnas democráticas.

FÔLEGO – Tem-se a impressão, ao menos é a minha, que o bolsonarismo dá como perdida as eleições. Por isso, teme o desfecho em 2 de outubro, preferindo ganhar tempo e fôlego para um segundo desfecho. Ciro Gomes, dessa forma, se posiciona ao lado do presidente Bolsonaro, o que aliás estava ficando claro na medida em que concentrava os seus ataques no líder do PT. Agora não há mais dúvida. Ciro Gomes prefere Bolsonaro a Lula da Silva.

Focalizei o tema há algumas semanas, dividindo as tendências dentro do quadro atual, separando os votos brancos e nulos dos sufrágios em Ciro Gomes, Simone Tebet e agora também Soraya Thronicke. Os votos brancos e nulos ajudam Lula da Silva na medida em que reduzem o limite da maioria absoluta. Enquanto isso, os votos em Ciro Gomes, Simone Tebet e Soraya Thronicke pesam na balança para dificultar que a maioria absoluta seja alcançada no primeiro turno das eleições.

Quanto a Ciro Gomes, deixou-se levar pela mágoa de não ter sido escolhido por Lula nas urnas de 2018 quando esperava os votos do PT que foram para Fernando Haddad. Mas política não se faz com rancor e nem com base nas contradições. Através da história as contradições são imensas, principalmente na sua aparência e no seu propósito a curto prazo. Basta lembrar que dois grandes líderes democráticos, Roosevelt e Churchill sentaram-se ao lado de Stalin, ditador da então União Soviética no combate ao nazifascismo. Política é assim, não se faz à base de mágoas eternas.

PALCO FINAL – A questão geral e essencial é o desfecho entre os candidatos do PT e do PL. O debate do dia 29, quinta-feira, na Globo, será o palco final de uma campanha que passou rápido demais e na qual não foram discutidos com maior profundidade os temas sociais como a miséria e a fome. De qualquer forma, no dia 29, quando terminar o debate, fecham-se as cortinas de mais uma eleição presidencial brasileira. Como jornalista, as tenho acompanhado ao longo das décadas no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil.

Como cidadão, aos 88 anos, vou às urnas novamente. Acho que todos que podem, devem votar, sobretudo porque o voto é o único projeto legítimo entre o povo e o poder, entre a liberdade e a opressão, entre o exercício do direito humano e sua violação.

Na campanha para o governo do Rio de Janeiro é certo o segundo turno entre Cláudio Castro e Marcelo Freixo. Os cariocas e fluminenses terão que comparecer às urnas também no dia 30 de outubro. Amém.

MARILYN MONROE – A história de Marilyn Monroe já focalizada em documentário e na peça de teatro “Depois da Queda”, de Arthur Miller, aliás, com que foi casada, ganha a partir de amanhã, quarta-feira, uma nova versão cinematográfica. É o filme “Blonde”,  do diretor Andrew Dominik, que estará à disposição na Netflix.

Blonde: tudo o que sabemos do filme biográfico de Marilyn Monroe, da Netflix - Vogue | Cinema

“Blonde” cobrirá os anos em que Marilyn explodiu na cena de Hollywood, bem como os trágicos eventos que levaram à sua morte aos 36 anos.

Pedro do Coutto é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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