Por Bolivar Meirelles

Dignidade e independência ideológica. Não aceitar “lavagem cerebral” como método de educação. Adestramento Militar é o que mais se fala. Como se militares fossem animais de circo. “Militar não pensa, executa ordens simplesmente”. “Soldado faz o que o Capitão Manda”. “Um manda o outro obedece”. Eu não quiz cumprir essa baboseira da anti escola educativa ou de aprendizagem. Existem parcelas do conhecimento que tem, sim, de serem submetidas ao treinamento. Ações repetitivas que requerem “ato reflexo” execução. Técnicas cirúrgicas, no âmbito civil e no militar, por exemplo. O exercício ideológico tem de ser, em qualquer ambiente, discutido. O militar jura a Bandeira “defender a Pátria com o sacrifício da própria vida”. Não jura defender o Capitalismo, o Império Norte-americano, o Socialismo ou o Comunismo. Estes são Sistemas Políticos, as preferências podem se dar. Sistemas mudam historicamente. A Pátria constitue território, solo, subsolo, o Povo, as riquezas nacionais. O território é mutável. As dimensões nos tempos do Tratado de Tordesilhas já mudaram, e muito, a muito tempo. Quem sabe num amanhã o sonho de Simon Bolivar possa encontrar uma Pátria Ampliada? Ou um mundo sem fronteiras? Uma Pátria só?

Os Feudos não existem mais, a muito tempo. Num amanhã, daqui a um século talvez, a compreensão dos limites de Pátria hoje seriam ampliados.

Não é hipótese impossível de ser realizada. O mundo é dinâmico. Guerra pode se tornar algo, totalmente, obsoleto. Bomba Atômica. Hiroshima e Nagasaki? Napalm no Vietnã? Guerra no Iraque. Absurdos impensáveis. Uso de tropas militares para dar Golpes de Estado? Fórmulas impensáveis. Tropas, conscientes de seu serviço aos grandes monopólios e oligopólios nacionais e internacionais? A serviço do Império Norte-americano? Admitir que um dia o Presidente dos Estados Unidos da América do Norte ordenou, em território brasileiro, o bombardeio a Líbia? Impossível de entender. Algo obsoleto. Entrega de nossos minérios, areias monasiticas, ouro, diamante, petróleo, nióbio, aquífero, terras sem limites, fortalezas. Isso tudo em delegação aos EUA da defesa militar do “mundo Ocidental Cristão”? Falso nome do capitalismo internacional subordinado ao Imperialismo Norte-americano. Cristão? A Teologia da Libertação já impediu esse uso. Subversão logo inventada como substituta do apelido dos comunistas. Amazônia olho do capitalismo internacional. Política ambiental sim, necessária, outra coisa.

Liberdade Ideológica é necessária jovens militares. Minha geração enfrentou o Império do Norte mas sofreu a violência dos militares submetidos aos interesses do Grande Capital. Exclusão da ativa. Demissão, reforma, reserva.

Não podem, não devem os militares se submeterem ao instituto da subordinação ideológica. A doutrinas de submissão. Hoje a Pátria é limite territorial do Brasil. Defender a Pátria, Povo, Patrimônio Nacional é importância vital. Péssimo exemplo desses Generais vende Pátria participantes desse Governo do Capitão Presidente Jair Bolsonaro. Entreguista. Anti povo. Autoritário. Generais submetidos ao camelô Paulo Guedes. Vendedor do patrimônio nacional. Assassinos do povo pela Covid 19. Não seguir o péssimo exemplo desses Generais é fundamental. General Villas Boas, ex Comandante do Exército, com segredo inconfessável com o Capitão Bolsonaro… Vergonha!

Jovens militares, dignidade, amor a Pátria e seu Povo. Conceito de “inimigo interno” é traição a Pátria e ao Povo Brasileiro.

O Golpe de Estado de 1964 foi traição a Pátria, a Constituição e ao Presidente Legítimo que governava o Brasil, João Goulart, num sentido popular com projeto de reforma Agrária; reforma Urbana; educação Popular; Lei de Remessa de Lucros que impedia empresas estrangeiras levarem extorsivos ganhos do capital “investido” no Brasil.

Jovens militares aprendam a refletir. Disciplina sim, porém consciente e, ordem errada, contra os interesses da Pátria e do Povo Brasileiro, não se cumpre. As Forças Armadas Brasileiras só se reencontrarão com o Povo Brasileiro quando fizerem autocrítica das torturas, estupros e assassinatos efetivados em próprios militares durante os governos militares ditatoriais implantados pelo Golpe de 1964 no Brasil.


BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio).