Redação –

Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, aceitou nesta 2ª feira (15.mar.2021) convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir o cargo de ministro da Saúde.

Bolsonaro confirmou a indicação de Queiroga no início da noite, ao falar com apoiadores ao chegar ao Palácio da Alvorada: “Foi decidido agora à tarde a indicação do médico, doutor Marcelo Queiroga, para o Ministério da Saúde”, declarou o presidente.

Bolsonaro se reuniu com o médico nesta 2ª feira. Disse que a conversa foi “excelente” e que os 2 se conheciam “há alguns anos”. O cardiologista é apoiador declarado do presidente e é bem visto pelos bolsonaristas.

Sequência de fotos de Marcelo Queiroga divulgadas em redes sociais. O próximo ministro da Saúde foi fotografado ao lado do presidente Bolsonaro e se filho, Flávio (Reprodução/Redes sociais)

De acordo com Bolsonaro, Queiroga “tem tudo para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje“.

O QUE DIZ BOLSONARO

Assista ao pronunciamento do seu presidente ao apoiadores (2min11s):

Eis íntegra o que disse o presidente:

“Foi decidido agora à tarde a indicação do médico, doutor Marcelo Queiroga, para o Ministério da Saúde. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A conversa foi excelente, já conhecia há alguns anos, então não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias. Tem tudo no meu entender para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje.

No tocante às vacinas, um programa bastante ousado. Mais de 400 milhões de doses contratadas até o final do ano. Neste mês vamos receber mais de 4 milhões de vacinas. E essa política de vacinação em massa continuará cada vez mais presente no nosso governo. Vale lembrar que desde o ano passado já contratamos alguns laboratórios –inclusive um com transferência de tecnologia.

Essas vacinas desse mês agora são todas elas produzidas no Brasil. Brasil é um dos poucos países que tem know-how para produzir vacinas. E paralelamente a tudo isso, o senhor Marcelo Queiroga, médico, agora, também gestor, mas muito mais entendido na questão de saúde vai fazer cada mais programas que interessem cada vez mais para diminuirmos o número de pessoas que venham a entrar em óbito por conta dessa doença que se abateu no mundo todo.

Vale lembrar que o Brasil é o 5º país do mundo que mais vacina em valores absolutos. Então o trabalho do Pazuello está muito bem feito. A parte de gestão foi muito bem feita por ele. Agora vamos partir para uma parte mais agressiva no tocante ao combate ao vírus.

Então anuncio agora, que o Dr. Marcelo Queiroga, a partir de amanhã [16.mar], vai ser publicado no Diário Oficial da União e começa então uma transição que vai durar de uma a duas semanas”.

TRANSIÇÃO

Marcelo Queiroga substitui o general Eduardo Pazuello, que disse horas antes que sua saída era avaliada pelo presidente. Na ocasião, o militar negou que a entrevista coletiva fosse um discurso de despedida.

O atual ministro foi elogiado por Bolsonaro: “o trabalho do Pazuello está muito bem feito. A parte de gestão foi muito bem feita por ele. Agora vamos partir para uma parte mais agressiva no tocante ao combate ao vírus”.

O governo ainda não publicou oficialmente a nomeação de Queiroga e a demissão de Pazuello. Bolsonaro disse que a nomeação do médico deve ser publicada na edição de 3ª feira (16.mar) do Diário Oficial da União.

Também de acordo com o presidente, haverá uma transição de “uma ou duas semanas” entre o novo ministro e o antecessor. Ele não deu detalhes sobre como será o processo.

No final da tarde, Pazuello disse que estaria disposto a ajudar seu substituto: “Faremos a transição de forma correta e com continuidade, quando nos for determinado”.

OS MINISTROS DE BOLSONARO

Eis como fica o 1º escalão do governo com a mudança anunciada por Bolsonaro:

Marcelo Queiroga será o 4º ministro da Saúde de Jair Bolsonaro e o 3º médico a ocupar o posto.

O presidente procurava um nome técnico para assumir a pasta. Chegou a entrevistar a também cardiologista Ludhmila Hajjar. Mas ela não aceitou condições impostas pelo presidente para comandar a pasta.

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Queiroga é cardiologista e tem perfil moderado; conheça o novo ministro

O médico Marcelo Queiroga será o novo ministro da Saúde, substituindo o militar da ativa General Eduardo Pazuello. A informação foi confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta 2ª feira (15.mar.2021).

Com perfil moderado, Queiroga assumirá uma das maiores pastas do governo e terá que enfrentar os desafios que a covid-19 impõe aos sistemas de saúde dos Estados e municípios, além de organizar o foco das políticas públicas do ministério e acelerar a vacinação contra a doença –que está em recrudescimento nas infecções no Brasil.

O médico é natural de Cabedelo, na Paraíba. Formou-se em 1988, na Universidade Federal da Estado. Fez residência em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista de 1991 a 1993.

Assumiu a diretoria técnica do Cardiocenter, em 1997, e é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia desde 2020. Comandou a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista de janeiro de 2012 a janeiro de 2014.

Nas redes sociais, o novo ministro já curtiu diversos posts de Bolsonaro e de personalidades alinhadas ao Planalto, mas também favoritou reportagens com tom crítico ao governo, como uma publicada pelo site O Antagonista com o título: “Em Israel, comitiva brasileira inova e usa máscaras”.

Mesmo com casos específicos, a maioria dos posts lidos e comentados por Queiroga são de médicos ou publicações que citam artigos científicos –nos últimos meses, em sua maioria, com foco no novo coronavírus. O cardiologista também se mostrou entusiasta da vacinação.

Como trabalha na linha de frente, o médico foi imunizado contra a covid-19 em 20 de janeiro. Publicou vídeo em seu perfil no Instagram: “Hoje tomei a 1ª dose da vacina contra a covid-19, mais segurança para quem trabalha na linha de frente. Além disso, a cobertura vacinal ampla vai nos ajudar a conter a pandemia”.

Em seu perfil no Linkedin, entre seus interesses aparecem perfis de hospitais, veículos de mídia tradicional, instituições de ensino e órgãos governamentais. Assíduo leitor de matérias de jornais, um dos mais curtidos por ele nas redes são G1, portal do Grupo Globo, e Folha de S.Paulo. Ambos já foram duramente criticados por seu novo chefe, Jair Bolsonaro.

Fonte: Poder360