Redação

Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva foi chefe de gabinete do general Eduardo Villas Boas, ex-comandante do Exército aliado de Bolsonaro. José Múcio descarta envolvimento de Forças Armadas em atos golpistas.

O presidente Lula exonerou, neste sábado (21), o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, um dia depois de se reunir com os comandantes das três forças armadas. Em seu lugar, assume o general de infantaria Tomás Miguel Ribeiro Paiva, até então chefe do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo. César ficou menos de um mês na chefia da força terrestre.

Presidente Lula em reunião com os comandantes das Forças Armadas no Palácio do Planalto
Lula na reunião de sexta-feira (20), um dia antes de demitir o general Arruda

Júlio César de Arruda assumiu o comando do Exército ainda em 2022, poucos dias antes da posse de Lula. A transferência de comando foi feita a pedido da própria equipe de transição, que queria emplacar um nome de confiança para garantir a segurança do presidente na cerimônia. Apesar do sucesso da operação, sem qualquer ocorrência preocupante na entrega da faixa, o general apresentou desempenho insatisfatório nos próximos dias.

Em diversos pronunciamentos, Lula expôs o fato da porta do Palácio do Planalto ter sido deixada aberta aos manifestantes durante os atos golpistas do dia 8, sendo o Exército a força encarregada pela guarda do local. O presidente também se irritou com a falha da inteligência do Exército em alertar sobre o risco de ataque no dia da manifestação. No mesmo dia, o Exército ainda utilizou blindados para impedir a entrada da Polícia Militar no Setor Militar Urbano, bairro de Brasília onde os golpistas mantinham acampamento há dois meses. Júlio César ainda manteve o antigo ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, no comando do 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade da força de elite do Exército.

Paiva já demonstrou a postura contrária. Em meio à tensão entre governo e Exército, o general deu um discurso à sua tropa defendendo o processo eleitoral, o comportamento institucional da força e o respeito à hierarquia e disciplina independente da opinião política de cada militar. Seu discurso foi parabenizado por aliados do governo.

Fonte: Congresso em Foco

Múcio descarta envolvimento de Forças Armadas em atos golpistas

O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nesta sexta-feira (20) que não vê envolvimento direto das Forças Armadas nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Mas, segundo ele, militares que tenham participado em caráter individual deverão ser punidos.

“Eu entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento, individualmente, teve sua participação, ele vai responder como cidadão”, afirmou a jornalistas. Perguntado sobre o risco de nova tentativa de desestabilização democrática, Múcio disse que não há possibilidade. “Não tenho a menor dúvida que outros daquele não vão acontecer. Até porque as Forças Armadas irão se antecipar.”

Ministro disse que participação individual de militares será apurada

Múcio se reuniu mais cedo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os comandantes do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. Segundo o ministro, o encontro não tratou sobre os atos, mas de investimentos na área da indústria de defesa.

“Nós não tratamos do dia 8. Isso está com a Justiça. Tratamos da capacidade de geração de emprego que o Brasil tem na indústria de Defesa”, explicou. Participaram do encontro o presidente da Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, e empresários do setor.

Em entrevista ao canal de notícias GloboNews esta semana, o presidente Lula criticou o trabalho de inteligência das Forças Armadas e também a omissão da Polícia Militar em conter o avanço dos manifestantes, que depredaram os principais prédios da República.

Fonte: Agência Brasil

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