Por Iata Anderson –
Tecnicamente o “clássico dos milhões” disputado nesta segunda-feira foi um desastre, mesmo com cinco gols marcados.
Aí mora o detalhe: todos por falha do adversário, sendo três deles marcados em “passes” ou “assistência” da zaga atacada. Falhas grotescas, que nem juvenil comete, no início de carreia. Mas foram cinco gols, sim, todos sem nenhuma jogada trabalhada a não ser o terceiro do Flamengo e o segundo do Vasco, produto de cruzamento para a área e falta de marcação. O gol de Pedro foi um escândalo, bola atravessada pelo zagueiro, quase na pequena área que o número nove não costuma desperdiçar. Cortou o passe, dominou e fez com muita facilidade. A noitada folclórica começou com falha absurda de Rodrigo Caio que se atrapalhou com a bola e fez um passe perfeito para Gabriel Pec abrir a série com um lindo chute, dos mais bonitos do jogo. Arrascaeta, com sua enorme categoria – embora em mau estado atlético, estava por ali, na entrada da área, local para onde defensor não deve rebater, bateu forte, bola resvalando num zagueiro e nova mudança no placar. O excelente Sergio Mauricio fez de tudo para “passar” emoção, encheu a bola do jogo, na dele, claro, bem ao estilo Valdir Amaral, com quem ele não trabalhou, mas sabe como as coisas funcionavam: “Vamos fazer copa do mundo” e fez. Foi um bom jogo, foi, para o torcedor que vai ao estádio para se divertir, zoar o adversário, tirar onda e pegar o trem de volta satisfeito com mais uma vitória.
Não existe justiça em futebol, mas foi merecida.
O Flamengo jogou um pouco mais do que vinha fazendo, com duas derrotas seguidas para Vasco e Fluminense, e o Vasco jogou bem menos do que vinha apresentando, vitórias seguras, firmes, em ascensão, parecia sério candidato ao título. E ainda é, só que perdeu a vantagem, agora do outro lado. O Flamengo tem o empate e a vitória para disputar a final com Fluminense ou Volta Redonda, na mesma situação dos rubro-negros, depois da excelente vitória no sábado, em casa. No íntimo eu gostaria de ver o Voltaço na final, se possível campeão. Nada contra o três grandes, mas pelo trabalho que vem sendo feito na cidade do aço, com muita dificuldade, orçamento minúsculo mas uma grande equipe jogando futebol maiúsculo, sem nenhum grande estrela mas com Lelê, artilheiro do campeonato, já encaminhado para o Fluminense. Uma noite histórica no sábado, Raulino de Oliveira encharcado e a bola rolando mesmo saindo das mãos do goleiro um passe de mágica para o segundo gol – da vitória – do artilheiro do campeonato, acima de Gabigol, Germando Cano, Pedro Raul, Arrascaeta, Pedro e outras feras. É um excelente time, que pode surpreender o gigante Fluminense, primeiro campeão carioca, fundador da Federação, sala de troféus lotada, imensa e feliz torcida. E que pratica, com o Palmeiras, o melhor futebol do Brasil.
As cartas estão na mesa.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
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