Por Pedro do Coutto –
Em artigo publicado na edição deste domingo em O Globo, Elio Gaspari aborda o avanço das jogatinas que acontecem no país e que está devorando recursos até daqueles que participam do Bolsa Família. Segundo estimativas do senador Omar Aziz, citado na matéria, estima-se que, em 12 meses, os beneficiários teriam apostado R$ 10,5 bilhões usando o Pix.
Estima-se que o conjunto dos apostadores perdeu R$ 24 bilhões entre agosto de 2023 e agosto deste ano. No mês de agosto, as apostas eletrônicas movimentaram cerca de R$ 21 bilhões. Nesse mesmo mês, a arrecadação de todos os sorteios e loterias da Caixa Econômica ficou em R$ 1,9 bilhão. Um absurdo.
TRANSTORNO – A procura por essas plataformas online, quando sai do controle, se trata de um transtorno mental que prejudica não só o patrimônio e as finanças como também as relações pessoais. É uma compulsão que acaba se instalando que a pessoa, mesmo sabendo dos prejuízos, não consegue evitar.
O vício por jogos em casas, assim como na dependência química, vai progressivamente tomando conta da pessoa. As consequências desse comportamento vão levando a pessoa justamente a ter problemas nos seus outros ambientes, nos seus relacionamentos, em situações de sua vida a ter perdas significativas. E mesmo tendo essas perdas elas não conseguem frear a compulsão por aquele vício de um jogo patológico.
A facilidade de acesso a essas plataformas, proporcionada pelos aplicativos móveis e internet, é um dos fatores que explicam o agravamento desse vício. Se antes o indivíduo tinha que sair do país para ir a um cassino ou ir a um bingo ou buscar esse tipo de jogos de apostas, hoje tem o acesso muito rápido pelo seu próprio celular, pelo aplicativo.
PUBLICIDADE – Da mesma maneira, a publicidade contribui para atrair essas pessoas e acionar gatilhos mentais que estimulam essa compulsão por jogos. É preciso que toda essa situação seja revista, sobretudo pelo Congresso.
Mas enquanto muitos que estão por trás desses esquemas de apostas continuarem a ganhar milhões às custas das apostas que viciam, bancando promessas que não se concretizam, a questão só se agrava.
Trata-se até mesmo de um risco generalizado para a saúde mental de centenas de milhares de apostadores que se iludem na esperança de ganhos fáceis, mas inalcançáveis.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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