Redação

O deputado João Roma (Republicanos-BA) é o novo ministro da Cidadania do governo Bolsonaro. A nomeação foi publicada em edição-extra do DOU (Diário Oficial da União) desta 6ª feira (12.fev.2021).

Como adiantado pelo presidente Jair Bolsonaro em 8 de fevereiro, o ex-ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, assumirá a Secretaria Geral da Presidência. Será o 3º cargo exercido pelo político no 1º escalão do Executivo.

Eis a publicação da nomeação de João Roma:

O NOVO MINISTRO

João Inácio Ribeiro Roma Neto, 48 anos, é deputado federal de 1º de mandato, eleito pela Bahia com 84.455 votos. Na Câmara, relatou, entre outras proposições, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 438/18, que muda a chamada regra de ouro –que proíbe que o governo se endivide para pagar despesas cotidianas, como folha salarial, programas sociais e manutenção de órgãos públicos.

Ex-chefe de gabinete do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, fez toda a sua carreira política muito próximo ao presidente do DEM.

As últimas tratativas entre o presidente Jair Bolsonaro e líderes do Republicanos giraram em torno de 3 nomes: João Roma (BA), Márcio Marinho (BA) e Jhonatan de Jesus (RR), todos do Republicanos, sigla presidida pelo deputado Marcos Pereira (SP). Contudo, o aliado de ACM ganhou força e foi escolhido.

APROXIMAÇÃO DO CONGRESSO

A nomeação de mais um político para a equipe ministerial marca uma “fase 2.0” do governo de Jair Bolsonaro. O presidente quer se aproximar do Centrão, grupo de siglas sem posicionamento ideológico definido que apoiam o governo, e potencializar a articulação política. Assim, busca ter mais condições para se blindar no Congresso.

Somado a isso, está o fato de que o Ministério da Cidadania é um dos mais requisitados pelo Centrão. Afinal, é a pasta que coordena o Bolsa Família e o auxílio emergencial.

Onyx, que já foi um dos principais ministros de Bolsonaro e depois perdeu força, voltou a ser reconhecido ao atuar de forma incisiva na articulação para que Arthur Lira (PP-AL) atraísse apoio do DEM de Rodrigo Maia (RJ) no pleito da Câmara. Com isso, garantiu espaço na Secretaria Geral.

O retorno do demista ao time palaciano e a transferência do Ministério da Cidadania para um dos partidos do Centrão é uma forma de, simultaneamente, agradar Onyx Lorenzoni, e fidelizar o apoio dos novos apoiadores do Planalto.

REPERCUSSÃO – Assim que houve o anúncio do nome de João Roma como novo ministro da Cidadania, políticos se manifestaram em suas páginas nas redes sociais. Um dos primeiros foi o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual desafeto político de ACM Neto:

Em entrevista ao Valor Econômico, publicada na 2ª feira (8.fev), Maia criticou tanto o DEM, que afirmou ter ido para a “extrema-direita”, quanto ACM Neto, por quem disse ter sido traído.

O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, rebateu Maia em sua conta oficial do Twitter. “Vc (sic) sabe que essa sua publicação não está correta. ACM Neto não tem participação nenhuma nessa indicação. Inclusive ele me pediu para não fazer, mas eu não tinha condições de retirar o nome do Roma. Se tiver que colocar na conta de alguém, coloque na minha”, escreveu.

O deputado completou: “Dizer que é indicação do Republicanos através da bancada é o correto e a mais pura expressão da verdade. Colocar que Neto tem a ver, é mentira, o que não fica bem pra ninguém”.

Depois da crítica de Rodrigo Maia, ACM Neto pronunciou-se em uma publicação no Twitter e classificou a aceitação do convite por parte de Roma como “lamentável”.

“A decisão me surpreende porque desconsidera a relação política e a amizade pessoal que construímos ao longo de toda a vida”, escreveu.

“Se a intenção do Palácio do Planalto é me intimidar, limitar a expressão das minhas opiniões ou reduzir as minhas críticas, serviu antes para reforçar a minha certeza de que me manter distante do governo federal é o caminho certo a ser trilhado, pelo bem do Brasil”, continuou.


Fonte: Poder360