Redação

Preparando uma “operação de guerra” para a instalação da CPI da Covid nas próximas semanas, o Palácio do Planalto pediu a vários ministérios um relatório de todas as ações tomadas no combate à pandemia, principalmente em relação a temas em que o governo é mais atacado.

O documento, enviado por e-mail, foi revelado pelo portal UOL e obtido também pelo GLOBO. Na divisão, cada ministério ficou encarregado de responder algumas das acusações feitas ao governo como, por exemplo, a de que o presidente Bolsonaro pressionou os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich a aprovarem o uso da hidroxicloroquina.

COMITÊ DE CRISE – Ao todo, são 23 acusações listadas pelo governo, divididas entre 13 ministérios. Como o GLOBO revelou neste domingo, o Planalto montou um comitê de crise para se preparar para a CPI instalada no Senado.

O plano envolve desde a preparação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello até a tentativa de interlocução com pessoas próximas ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), indicado como relator da comissão.

Nos últimos dias, o governo procurou uma aproximação com o ex-presidente José Sarney, que conversa semanalmente com Renan. O presidente Bolsonaro também ligou para Renan Filho, governador de Alagoas e primogênito do senador.

UM NOVO CARGO – Conforme o jornalista Lauro Jardim amumciou, o governo está transferindo Pazuello de Manaus para Brasília, onde terá um cargo no Palácio do Planalto.

A ideia é que o ex-ministro da Saúde dedique o seu tempo em Brasília a se debruçar sobre uma série de documentos, dados e informações oficiais que reforcem a narrativa de que o governo não foi omisso na pandemia nem na crise do oxigênio em Manaus.

Pazuello também terá à sua disposição um grupo de trabalho formado por integrantes de diferentes ministérios — que fornecerá subsídios para defender as ações do governo.

BLINDAR BOLSONARO – O pedido feito a quase todos os ministérios entra na construção desse arsenal produzido para a defesa do ex-ministro da Saúde e também a blindagem do presidente Jair Bolsonaro.

A decisão de realizar essa atuação coordenada do governo foi tomada durante uma reunião ministerial realizada no último dia 19 de abril, segundo o e-mail enviado para todas as pastas pela Subchefia de Articulação e Monitoramento.


Fonte: O Globo