Por Mauricio Salkini –
Os combinados familiares diferem muito dos existentes nos negócios, e quem afirma que sua empresa é uma família está gerando uma confusão no imaginário dos funcionários. Entendo que a comparação busca o acolhimento, o pertencimento e o propósito de atuar coletivamente. Essas virtudes são claras para mim.
Já percebi em empresários o uso dessa analogia entre a companhia e a família com objetivos de usurpar direitos trabalhistas previstos na legislação. Além dessa perda de garantias o uso dessa artimanha produz constrangimento no funcionário de buscar a justiça do trabalho. Tem empresários artistas que conseguem sucesso e ainda se gabam de nunca terem sido processados. Cada cabeça uma sentença.
A vida com os parentes pode trazer uma liberdade de falar da forma que se deseja, “a gente briga e depois resolve”, já escutei de irmãs que se amam. Na sua empresa os colaboradores podem discutir asperamente na frente dos clientes? Em algumas famílias isso é cotidiano.
Quem prevalecerá para os colaboradores: a cultura familiar que guarda nas memorias desde da mais tenra idade ou a cultura da empresa que ele está a poucos meses?
As relações familiares normalmente pressupõem continuidade independente de metas e resultados quantitativos. Nunca soube de um pai que demitisse um filho por falta de resultados escolares. Pode cortar regalias, esbravejar e até corta-lo da herança (quando existe, rs), mas desconheço rescisão familiar na legislação brasileira.
Cada grupo que pertencemos tem suas normas, condutas e objetivos diferenciados. O ideal é que nossos colaboradores, sócios e fornecedores entendam a empresa como um organismo diferenciado, que também pode acolher, ter proposito e gerar pertencimento. Esse coletivo empresarial tem sua cultura, suas metas e seus objetivos, que não alcançados geram rescisões de trabalho.
A franquia não ser família não impede de sermos felizes nas horas de trabalho, pelo contrário por trazer luz e transparências aos combinados. Enquanto cumprimos as missões de cada posição organizacional “podemos sorrir nada mais nos impede, não dá para fugir dessa coisa de pele, sentido por nós”.
Somos de pele, osso e sentimentos, que bem geridos – com verdade e transparência – resultam em entregas quantitativas (grana é oxigênio das empresas) e qualitativas (saúde mental e bem-estar).
MAURICIO SALKINI é administrador e empreendedor, com experiência em franquias: Bobs, Kopenhagen e Rei do Mate. Implantou negócios no franchising, localizados em shopping, supermercado, rua e estação de transportes – barcas, trem e metrô. Vencedor dos Prêmios “Ser Humano” ABRH-RJ: Treinamento Cult (2019) e Primeiro Trabalho Decente (2021). Reconhecido (2022) pelo Selo Diversidade/ Prefeitura de Niterói, na área de Direitos Humanos. Colunista semanal do jornal Tribuna da Imprensa Livre. https://linktr.ee/msalkini
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