Por Iata Anderson –
Impressionante transformação no futebol do Flamengo, depois da entrada do novo treinador, reforçando a desconfiança de que alguma coisa não estava batendo bem entre o técnico anterior e o mesmo elenco, com algumas contratações que não podem ser responsabilizadas pela mudança. O sistema é o mesmo o que mudou foi a “vontade” de jogar, algumas saídas importantes, novos ares. E aconteceu a remontada, o time assumiu a vice-liderança, a nove pontos do líder Palmeiras, com muita chance de levantar taça novamente.
É um time muito bom, a ser batido, bem treinado e forte na condição física que lhe permite virar jogos na velocidade. Acho muito difícil perder esse título, pouco provável perder três jogos. Mas o jogo é jogado, diria Jair Pereira. O Flamengo marcou quatro gols de corner cobrado direto ao gol, como sempre foi. Tinham inventado “dois toques”, mundialmente copiado, que chegavam, algumas vezes recuadas até o goleiro, sepultado definitivamente.
O Fluminense jogou mal, caiu para um valente e disposto Internacional, sempre difícil no Beira-Rio. O timer do toque de bola mais bonito do futebol brasileiro homenageou os pais somente nas camisas, o futebol ficou para outra oportunidade. Não era a noite. Mais uma excelente arbitragem de Ramon Abatti Abel, sempre seguro, pouca conversa com jogadores, discreto. O Botafogo continua namorando a zona de rebaixamento e o Vasco deu uma boa respirada derrotando o Tombense, em São Januário, fixou residência no G4, somente um ponto atrás de Bahia e Grêmio, distantes nove pontos do líder Cruzeiro.
Antes que vire “pandemia”, seria bom cortar o mal pela raiz, advertindo jogador que tenta impedir o goleiro de repor a bola, com velocidade, uma das preocupações da Fifa, pelo menos era, antigamente. Umas três rodadas agindo dessa forma, os carinhas logo mudarão de ideia e passarão a se preocupar em criar uma nova maneira de complicar o trabalho dos árbitros. Aliás, consultando meu guru de arbitragem, fiquei sabendo que algumas atitudes dos árbitros são orientadas pelas comissões nacional e estaduais, no sentido de parar o jogo, de várias formas, todas muito conhecidas, inclusive as cenas feitas para “checar” o VAR. Advertência ao goleiro na cobrança de pênalti dá um belíssimo descanso para os de preto, como eles eram conhecidos, no passado. Aquele gestual de “chegou”, na área, também dá uma boa respirada. Nunca houve uma advertência, sequer, muito menos expulsão. Tiraram, com isso, o tempo de jogo corrido. Sempre fui favorável ao cronômetro parado, como no futsal. Acabariam a “cera” e as ridículas encenações dos falsos atores, canastrões de baixo nível. A mídia podia contribuir, criticando “seu produto” com firmeza, como fez Jader Rocha no Ponte Preta x Vasco, em Campinas, quando estancou um pau na arquibancada, parabéns, Jader.
Duas arbitragens quase perfeitas, porque não há perfeição no futebol além de Pelé. Palmeiras x Atlético Mineiro, o colombiano Wilmar Roldan, um dos melhores do continente, e Esteban Ostojich, do Uruguai, que apitou Independientes x Athletico Paranaense, beiraram a nota 10, por todos os aspectos, ajudados, claro, pela importância do jogo e o dinheiro envolvido, com certeza motivos para maior atenção dos cartolas, que põem, sempre, o dinheiro em primeiro lugar. Fico a me perguntar qual o percentual de culpa dos treinadores e dirigentes na “cera” que fazem os goleiros – sem exceção – as quedas, o fingimento com as mãos no rosto, braços levantados, soco no gramado, etc. Eles não vêm esse espetáculo grotesco, circense, medíocre, que se repete a cada falta, ou não, em todos os campos da América em que vivemos ? Quando isso vai parar, depois da copa do mundo, após mais fracassos ?
É hora de estancar a palhaçada, com perdão dos verdadeiros palhaços, estes sim, grande artistas.
Copa do Mundo batendo à porta, as incertezas da nossa seleção, mesmo que esteja pronta na cabeça do técnico Tite, as esperanças em Neymar, hoje uma grande dúvida, admitindo ser seu último mundial, o que nos espera. O que virá depois de mais um fracasso, se acontecer ? Fica, todavia, a certeza que o Brasil continuará sendo uma “fábrica” de talentos, basta ver os meninos que despontaram nos últimos meses. O reserva Pedrinho, lateral esquerdo do Athletico PR, Vitor Roque, apenas 17 anos, cheira a gol, André, volante do Fluminense, Ayrton Lucas, do Flamengo, melhor partida neste domingo, Matheus Nascimento e Jefinho, do Botafogo, Andrey Santos, do Vasco, tantos outros, juntando essa gente a Vinicius Junior, primeira Copa do Mundo já como super star, quem diria.
A fila anda, diria Neném Prancha.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
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