Por José Carlos de Assis

Em defesa do serviço público.

Petroleiros, eletricitários, caminhoneiros e outras categorias profissionais decidiram unir suas forças para assegurar preços mais baixos para diesel, gasolina, gás e energia elétrica no Brasil. Estamos convencidos de que isso pode ser conseguido mediante uma política de preços segundo os custos internos de produção, tanto na área da Petrobrás quanto na área da Eletrobrás. E sem afetar de forma alguma a lucratividade das empresas.

Pelos cálculos de nossos técnicos, que conhecem a estrutura de custos tanto da Petrobrás quanto da Eletrobrás, a privatização fatiada da Petrobrás, como vem ocorrendo, resultará em aumento dos preços dos derivados de petróleo ainda maior do que no sistema atual. De fato:

1.O litro do diesel pode custar R$ 1,90 na refinaria (hoje é 2,35);

2. O litro da gasolina pode custar R$ 1,70 na refinaria (hoje 1,90);

3. O gás pode custar no máximo R$ 1 100 a tonelada (hoje é 2 200), ou R$ 85 o botijão;

4. Já a privatização da Eletrobrás resultará num brutal aumento do custo da energia elétrica para as famílias. A energia média, vendida hoje por R$ 60/MWh, passará a R$ 200 a R$ 250/MWh. Pelos cálculos da própria Aneel, o impacto na conta de luz será de, no mínimo, 16%, a ser repassado a toda a cadeia produtiva. Vai se repetir o que aconteceu com a privatização das distribuidoras do Norte/Nordeste: nos Estados de Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima a conta de luz aumentou em até 38,5%.

Uma política de preços justo nos serviços públicos terá um forte impacto na redução do custo dos transportes no Brasil, mantendo uma lucratividade razoável para os caminhoneiros e afetando diretamente a vida de milhões de pessoas. No caso do gás, são milhões de donas de casa que se servem dele para cozinhar e fazer outros serviços domésticos. O mesmo acontece com a energia elétrica, cuja política de preços só interessa ao setor privado que fez desse setor estratégico uma caixa registradora para colher preços extorsivos por seu fornecimento.

Além de buscar uma política de preços justos, no curto prazo, nos opomos de forma decidida à privatização fatiada da Petrobrás e da Eletrobrás, e em especial das refinarias de petróleo. O governo quer privatizar as refinarias e subsidiárias da Eletrobrás para impedir que se faça política de preços jutos no Brasil. Entregando essas empresas ao setor privado, será elas, como monopolistas regionais, que determinarão os preços dos derivados do petróleo e da energia elétrica. Uma situação não muito diferente de hoje, onde a Petrobrás faz o jogo privatista.

Convocamos a população para unir forças conosco a fim de impedir a privataria nos setores de energia e transporte. Vamos discutir esses temas em família, nos grupos de amigos, em encontros e seminários, e com um grande panelaço a partir desta quarta feira, na hora do Jornal Nacional da Globo. No momento oportuno, levaremos nossas propostas para as ruas.

*Coordenação Estratégica de Defesa do Serviço Público e da Economia Popular