Por Sérgio Cabral Filho –
A manchete de capa do jornal O Globo, na sua edição de ontem, domingo, destaca a falta de mão de obra qualificada para vagas abertas no mercado de trabalho.
Entre 2013 e 2022, por algumas razões que vão da má gestão da economia e o mau humor da presidente Dilma, manifestações da direita nas ruas, impeachment, lava-jato abanada pela mídia, eleição de Bolsonaro e a crise mundial de saúde pública com o advento da COVID, o Brasil atravessou a sua pior fase desde a Constituição de 1988, isto é, desde a consolidação efetiva da redemocratização do país.
Isso acarretou em atrasos e retrocessos com impactos severos nos estados e municípios. Políticas públicas sofreram impactos e interrupções que impactaram milhões de brasileiros.
O foco do governo do presidente Lula tem sido recuperar o tempo perdido com a retomada de obras de infraestrutura, combate à inflação sem cair na armadilha dos rentistas ortodoxos que surfam nos juros altos, expansão do crédito para as faixas populares e requalificação dos serviços públicos essenciais.
Haddad/Tebet tem dado conta do recado; Renan Filho tem se destacado na infraestrutura e Camilo Santana busca ferramentas para tornar mais atraente a permanência dos adolescentes e jovens no ensino médio, como o programa “Pé de Meia”, inspirado na nossa experiência exitosa com o Renda Melhor Jovem, que tirou o Rio da vice lanterna do ensino médio entre as 27 unidades federativas para o 4º lugar, empatado com o 3º estado, no Ideb Ensino Médio de 2013.
Estamos com o trem voltando aos trilhos, porém com enormes gargalos na qualificação de nossa mão de obra. Daí a urgência de investir prioritariamente no ensino básico; sobretudo no ensino médio.
Todas as unidades de ensino médio que inaugurei nasciam com o ensino formal e a qualificação técnica em diversas áreas. São as mais procuradas do estado pelas famílias para a matrícula de seus filhos. Mas também requalificamos unidades já existentes. E, na última sexta-feira, uma matéria no RJTV, jornal local da TV Globo, exibiu a performance de uma dessas unidades requalificadas pelo meu governo: o CIEP 117 Carlos Drummond de Andrade Intercultural Brasil – Estados Unidos, em Nova Iguaçú, Baixada Fluminense. Teve um excelente desempenho no Ideb Ensino Médio e a reportagem descreveu o belo trabalho de uma professora e seus alunos na descoberta e feitura de um sabão eficaz e mais barato. A escola é bilíngue, português/inglês, fruto de uma boa parceria que realizei com o governo de Barack Obama. Como também há unidades português/francês, português/mandarim, português/espanhol, entre outras. Além de uma série de competências adquiridas pelo alunato. Resultado: todos já saem empregados, caso queiram.
O governo federal atua e repassa recursos desde a creche aos doutorandos. Mas há que se ter um olhar prioritário para a Educação Básica.
Sobretudo para o ensino médio. Ali está a chave para seduzir pelo conhecimento e novas competências os adolescentes e jovens dentro de unidades escolares. Mas não se ganha a guerra sem soldados valorizados e requalificados. Temos um exército de professores do ensino médio que posso afiançar, pela minha experiência: deem dignidade e condições que ele respondem!! Abri mais de 40 mil vagas por concurso público para os profissionais da educação. Recuperei os seus salários, acabei com a influência partidária nas coordenações regionais, dei autonomia e cobrei, entregamos laptop para cada professor com acesso remoto pago pelo governo, implantamos o Conexão Educação, fiz convênios com instituições de ensino do exterior, como a Universidade Columbia e com diversos governos nacionais, como a Coreia do Sul, e regionais, como o de Maryland, Estados Unidos.
Todo mês os professores recebiam um vale cultura para investir na sua formação, feiras de livros com alunos e professores e todos os livros pagos pelo governo em parceria com o Sindicato Nacional de Editores de Livros.
“Cinema para Todos” com exibições em toda a rede de cinema do Rio de filmes brasileiros para os alunos do ensino médio da rede, sempre pela manhã, para acrescentar e não prejudicar as salas de exibição, e sob orientação dos professores de humanas. Acréscimo salarial aos professores que detêm títulos de qualificação como pós graduação, mestrado e doutorado.
Enfim, educação exige compromisso de todos. Precisamos superar esse grande hiato: empregos disponíveis e ausência de mão de obra qualificada.
SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.
Instagram @sergiocabral_filho
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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