Por Iata Anderson –
Como não há alternativas, o jeito é ver qualquer jogo, seja onde for, a que campeonato pertença. Vale até futebol feminino. Importante é estar ligado, claro, pra quem gosta do “velho e violento esporte bretão”, como dizia Benjamim Wright, pai do árbitro famoso, e seus contemporâneos. Mas não é fácil ouvir as transmissões, cheia de gente ruim, sem talento, sem controle, tipo embrulha e manda.
Os mais novos são desinformados, os mais velhos, ou mais experientes, uma das favoritas no tipo correto, aderiram aos chavões e se perderam, literalmente. Além das que poluem seus ouvidos em gritantes transmissões, a Band está ameaçando com uma nova fornada para “revelar” novas atrações.
É a hora de recuperar o terreno perdidos pelas rádios, onde José Carlos Araújo, Luiz Penido, Washington Rodrigues, Edson Mauro resistem com muita qualidade.
O Flamengo está perdendo um campeonato por seus erros, vai ser difícil outro time tirar o bicampeonato do Atlético Mineiro, primeiro campeão brasileiro, jogando a 200 quilômetros por hora. O Flamengo está descendo a ladeira, por conta de sua própria incompetência. Ainda não chegaram à conclusão, no Brasil, quando e como se deve poupar jogadores ou priorizar competições, caso gritante do empate contra o América Mineiro, correndo para se livrar da zona de rebaixamento. A começar pelo horário do jogo, dentro do período condenado pelos principais fisiologistas mundiais, entre 11 horas e 16 horas. Coisa que qualquer profissional de educação física aprende no primeiro período.
Ninguém sabia disso no Flamengo?
E o que fizeram, deixaram um jogador muito limitado, na lateral esquerda, caindo aos pedaços, que ficou pregado no chão para a cabeçada que deu o empate ao América. Parecia haver um sol para cada jogador do Flamengo, enquanto chovia para os mineiros. É cada uma.
International Board, órgão da Fifa é responsável pelo cumprimento das 17 regras, que inventa a cada reunião dos velhinhos uma maneira nova de complicar o futebol. Basta ler um de seus textos para ficar confuso. Aí, dizem, fica por conta da interpretação dos árbitros, cada vez mais atrapalhados – pelo menos por aqui – em controlar os jogos, separar jogadores como árbitros de MMA ou boxe, grande contra pequenos, quem joga em casa, etc. É verdade que isso mudou bastante, mas está longe do ideal.
O que se vê no atual campeonato brasileiro é uma seleção de árbitros “empurrando jogo”, se agarrando ao VAR para não assumir a responsabilidade. Perderam a autonomia e a liderança em campo. Viraram protagonistas, quando não deveriam. Pior, perderam o respeito que alguns impunham, no passado.
Daronco é fraco e se impõe pelo físico, Vuaden, que pintou tão bem, se perdeu nas instruções que recebe na Federação e na CBF, se acomodou e faz o que quer em campo, menos apitar. Pra piorar, salvo exceção de Salvio Espinola, um desastre os comentários dos “ex”.
Corporativistas ao extremo, cometem os mesmos erros de quando estavam em campo e o pobre futebol brasileiro, não tem a quem recorrer.
Voltei aos bons tempos do rádio, como se estivesse à beira do gramado, como dizia Valdir Amaral. “Veja o jogo, ouvindo a rádio”… dizia o fabuloso narrador. Saldanha (abaixo) comentava, que diferença, quanta saudade.
Hoje tenho que ouvir os caras dizer que seu time está jogando no “4-1-4-1”, como se fosse possível um jogador se posicionar entra a primeira e a segunda linha, quando em verdade usam 4-4-2 ou 4-3-3, pura configuração, nada mais. Até o Real Madrid “jogou” com esse sistema, tirado de uma mente insana que nada conhece de futebol, fala tudo que a internet lhe oferece.
Qualquer idiotice criada vira “moda”. Goleiro é “goleirão”, juiz é “juizão” e agora a mais nova: “43 minutinhos”, ouvido no empate Real x Villarreal.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
MAZOLA
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