Por Amirah Sharif –
Direito dos Animais.
Na semana passada, só li boas notícias! A primeira veio da Ilha da Madeira, em Portugal.
Havia dois cães, Bobby e Rex, que se conheceram em um abrigo da ONG “Ajuda para Alimentar Cães”. Lá, se tornaram grandes e inseparáveis amigos. Foram resgatados das ruas e estavam esperando por uma família adotante.
E aí vem a ótima notícia: a de que uma senhora portuguesa aposentada que adora cães os acolheu em sua casa. Sim! Ela acolheu os dois! Assim, Bobby e Rex poderão continuar juntos e unidos por muitos e muitos anos, como em um lindo conto de fadas.
A outra boa notícia se passou na cidade de Allenstown, Pensilvânia, Estados Unidos. Aisha Nieves buscou por um bom tempo seu cãozinho chamado Kovu, que fugiu de casa em 2019.
O reencontro
Já sem esperança de achar o doce e meigo Kovu, resolveu adotar um novo pet e, assim, procurou alguns abrigos. Um deles, a ONG LHCS, disponibilizou fotos para que Aisha escolhesse seu novo companheiro. Ela viu uma foto de um cão que lhe pareceu muito familiar. Todas as características eram iguais às de Kovu, até que ela não teve dúvida quando viu o detalhe de uma cicatriz. Era Kovu!!!!
Por sorte, Aisha conseguiu comprovar ser tutora do cãozinho ao apresentar documentos e fotos. O encontro dos dois foi emocionante! Vocês podem imaginar…
E tivemos outra ótima notícia: a da nossa menina brasileira Rebeca Andrade, ouro e prata nas Olimpíadas, que se apresentou no solo ao som do funk “Baile de Favela”.
Estive professora de pré-vestibular em comunidades do estado do Rio de Janeiro e as medalhas olímpicas de Rebeca me fizeram lembrar de meus alunos tão guerreiros.
Chamava os rapazes de “meus heróis” e as moças, de “minhas tops”. Dava aula para eles, aos sábados. O horário era puxado: de 8 às 18 horas. Era uma hora para cada disciplina.
Lembrei-me de um sábado, num Ciep de comunidade, quando uma criança humilde, cabisbaixa, entrava na sala, triste, com seu cachorrinho no colo, esperando a mãe sair para cuidar do peludinho. Vou dar um “spoiler”: final feliz. Cãozinho curado!
Baile na favela
A medalha olímpica de Rebeca Andrade me remeteu às comunidades por onde passei e aqui vai minha homenagem, o meu saudoso abraço a todos meus ex-alunos, heróis e tops, guerreiros e queridos. Eu amo essa gente de comunidade que coloca o pet como um membro da família e divide o pão com o peludo, que faz do bichinho seu melhor amigo, que tem sempre uma receita caseira para curá-lo. E não é que São Francisco e Deus ajudam? Todos, eu disse todos, meus ex-alunos de comunidade tinham cachorro, gato ou papagaio em suas casas. Todos tinham essa qualidade humana de saber dividir e, na matemática deles, o zero era divisível.
Sábado à noite, após dez horas de estudo, lá iam meus guerreiros para o baile na favela. Iam pular, extravasar, namorar, enfim, iam se divertir. Justo e merecido!
Há uns dois anos, encontrei no centro da cidade uma de minhas “tops”. Disse ser uma MC e me chamou para assisti-la em um baile.
Assim que a pandemia passar e tudo voltar ao normal, pego meu filho quatro patas Bento, coloco uns colares dourados, um boné, um colete nele (igual ao que vi em uma almofada), chamo meus ex-alunos através das redes sociais e vamos todos ao baile na favela. E não me subestimem.
Também vou ganhar minha medalha. Quem se habilita a fazer parte desse bonde da alegria?
AMIRAH SHARIF é jornalista, advogada, protetora dos animais e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. asharif@bol.com.br
Tribuna recomenda!
MAZOLA
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