Por Alcyr Cavalcanti

“Guerra é Paz, liberdade é escravidão, ignorância é sabedoria, mentira é a verdade” (George Orwell)

O assassinato de Marcelo Arruda, do PT em Foz do Iguaçu, durante uma festinha onde se comemorava os 50 anos, por um adepto do bolsonarismo após uma discussão preocupa as autoridades pelo que poderá acontecer se os adeptos do presidente continuarem a usar a violência como forma de ação política, contra seus opositores, principalmente com a polarização Lula x Bolsonaro. O Brasil vive dias de fogo, onde se assemelha a uma luta de todos contra todos, Hobbes tinha razão. A pretensa “luta do Bem contra o Mal” é uma disputa nefasta onde ninguém sai vencedor, todos são prejudicados, de uma forma ou de outra. Durante anos, em alguns setores predominava a tese da cordialidade do povo brasileiro, ao que parece os dias atuais desmentem totalmente essa premissa. Bombas em comício, assassinado de inimigo político em festinha de aniversário, que mais virá por aí.

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Os índices de violência são alarmantes, apesar das “estatísticas” oficiais.

Mesmo assim o presidente, pressionado pela bancada da bala, estimula que cada cidadão tenha seu fuzil, para defesa de sua casa. Trinta e três milhões passam fome, a política econômica do Paulo Guedes é um rotundo fracasso, que só tem beneficiado a elite governante que tem tido benefícios e mais benefícios, enquanto o número de desempregados é assustador. Auxílios emergenciais são aprovados a toque de caixa, estourando o famigerado “teto de gastos”. O dinheiro tem saído da educação e da saúde, que só não tem tido mais cortes porque já morreram cerca de 700 mil, por causa da COVID.

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A educação é uma farsa, cada ministro pior do que o outro, o último o “pastor” Milton Ribeiro era cercado por aves de rapina, que enchiam suas bíblias de notas polpudas e pedias barras de ouro. O Evangelho praticado de cabeça pra baixo. Essa cultura da violência como forma de pacificação repete fielmente as teses brilhantes e premonitórias de Georges Orwell em sua obra prima “1984” em que o Grande Irmão tudo controlava com “O olho que tudo vê”, em que tudo e todos eram controlados pelo estado que detinha todo o poder sobre corações e mentes.

Como em Orwell em 1984 “Liberdade é escravidão, ódio é amor, guerra é paz, vida é morte”.

ALCYR CAVALCANTI – Jornalista profissional e repórter fotográfico, trabalhou nos principais jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo e em agências de notícias internacionais. Bacharel em Filosofia pela Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ) e mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor universitário, ex-presidente da ARFOC, ex-secretário da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.


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