Redação –
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, anunciou nesta quinta-feira (5) o cancelamento da reunião que haveria entre os chefes de poderes. A decisão de se fazer a reunião foi anunciada em 12 de julho, quando Fux e o presidente Jair Bolsonaro se encontraram na sede do STF. A reunião foi motivada pelos constantes ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e a ministros do Supremo.
Nos últimos dias, Bolsonaro passou a reiterar diariamente as críticas ao sistema eleitoral e aos ministros e, nesta quarta (4), chegou a ameaçar agir fora da Constituição. O presidente tem dito frequentemente, inclusive, que pode não haver eleições em 2022 se não houver voto impresso, tese já rechaçada pelos chefes dos demais poderes.
DISSE FUX – “O presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Mores. Sendo certo que, quando se atinge um dos integrantes, se atinge a Corte por inteiro. Além disso, sua excelência [Bolsonaro] mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário bem como insiste em colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro”, afirmou Fux.
Na sequência, o presidente do STF fez o anúncio: “Diante dessas circunstâncias, o Supremo Tribunal Federal informa que está cancelada a reunião outrora anunciada entre os chefes de poder,
Ainda no discurso, o presidente do STF afirmou que “o pressuposto do diálogo entre os poderes é o respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes”. Disse ainda que “diálogo eficiente” pressupõe “compromisso permanente com as próprias palavras”, o que, na visão de Fux, “infelizmente, não temos visto no cenário atual”.
INQUÉRITO DAS FAKE NEWS – A declaração é uma reposta aos ataques feitos pelo presidente e à ameaça de que pode atuar fora da Constituição, uma vez que foi incluído como investigado no inquérito que apura a disseminação de notícias falsas e ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal.
A TV Globo apurou que as falas de Bolsonaro contra ministros do tribunal foram tema de uma conversa dos magistrados antes do início da sessão desta quinta-feira do Supremo. Ministros da Corte defenderam uma resposta oficial do tribunal ao presidente. Causou preocupação na corte a sinalização do presidente de que pode não atuar nas quatro linhas.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou, nesta quinta-feira (5), que “ameaças vazias” e “agressões” não vão impedir a Corte de exercer a missão de defesa da democracia e do Estado de Direito, previstas na Constituição.
A declaração de Moraes, que não cita nomes, foi feita horas depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que a hora do ministro “vai chegar”.
DISSE BOLSONARO – “A hora dele [Moraes] vai chegar. Porque está jogando fora das quatro linhas da Constituição há muito tempo. Não pretendo sair das quatro linhas para questionar essas autoridades, mas acredito que o momento está chegando”, declarou Bolsonaro. “Não dá para continuarmos com ministro arbitrário, ditatorial”, acrescentou.
Nesta quarta-feira (4), Moraes determinou a inclusão do presidente como investigado no inquérito que apura a divulgação de informações falsas. A decisão de Moraes atendeu ao pedido aprovado por unanimidade pelos ministros do TSE na sessão da última segunda (2).
A apuração levará em conta os ataques, sem provas, feitos pelo presidente às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral do país. Mesmo após ser eleito, Bolsonaro tem feito nos últimos três anos reiteradas declarações colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral.
OUTRA INVESTIGAÇÃO – O inquérito das fake news foi aberto em março de 2019, por decisão do então presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, para investigar notícias fraudulentas, ofensas e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal.
Em outra frente, também nesta quarta-feira, a ministra Cármen Lúcia enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de parlamentares para que seja aberta uma investigação contra Bolsonaro por suas declarações na live do dia 29, em que questionou a segurança das urnas eletrônicas, sem apresentar provas consistentes.
Fonte: G1
Tribuna recomenda!
MAZOLA
Related posts
Cai toda a equipe de Paulo Guedes
DA ESQUERDA – por Miranda Sá
Editorias
- Cidades
- Colunistas
- Correspondentes
- Cultura
- Destaques
- DIREITOS HUMANOS
- Economia
- Editorial
- ESPECIAL
- Esportes
- Franquias
- Gastronomia
- Geral
- Internacional
- Justiça
- LGBTQIA+
- Memória
- Opinião
- Política
- Prêmio
- Regulamentação de Jogos
- Sindical
- Tribuna da Nutrição
- TRIBUNA DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA
- TRIBUNA DA SAÚDE
- TRIBUNA DAS COMUNIDADES
- TRIBUNA DO MEIO AMBIENTE
- TRIBUNA DO POVO
- TRIBUNA DOS ANIMAIS
- TRIBUNA DOS ESPORTES
- TRIBUNA DOS JUÍZES DEMOCRATAS
- Tribuna na TV
- Turismo