Redação

O deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) está utilizando a estrutura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para produzir um dossiê contra opositores do governo do presidente Jair Bolsonaro. No documento, a que o Congresso em Foco teve acesso, são divulgados nomes, endereços, RGs, locais de trabalho e outras informações pessoais de pessoas que se declaram antifascistas. O dossiê, de quase mil páginas, está circulando em redes de WhatsApp de grupos da direita.

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Entre as observações sobre cada indivíduo, estão “Segue diversas paginas antifascistas” e “Vista com frequencia na regiao central, Rua Augusta e adjacencias”. Nas redes sociais, o deputado afirma que manterá o dossiê atualizado e pede para enviarem denúncias com perfis que fazem parte do grupo “Antifa”, que ele classifica como “terrorista”.

“Todos os deputados, sem exceção de nenhum, que batem no peito e dizem ‘Eu sou antifa’ devem ser imediatamente investigados pela lei de segurança nacional”, defendeu Garcia. O deputado disse que também reúne informações de antifascistas de outros estados e disse que pretende entregar a outros deputados estaduais. Ele disse que só irá descansar quando o que chama de “guerrilheiros urbanos” estiverem na cadeia.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado confirmou a autoria do dossiê e disse que registrou boletim de ocorrência. Segundo ele, o próximo passo é entregar o dossiê à Polícia Federal.

MP investiga gabinete do ódio na Alesp

Segundo informações do portal G1, o Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação contra deputado Douglas Garcia e um assessor dele por uso de instalações e equipamentos públicos, no gabinete do parlamentar, para a propagação de fake news.

A denúncia aponta ainda a possibilidade de funcionários de gabinetes de outros parlamentares do PSL também terem participado da disseminação de informações falsas nas redes sociais.

A apuração teve início após uma representação feita ao MP pelo deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP), que alega ter sido vítima de ofensas em postagens na internet que teriam sido feitas a partir de computadores localizados no gabinete de Douglas Garcia na Alesp. Garcia também é investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em outra apuração sobre a propagação de fake news e teve computadores do gabinete apreendidos pela Polícia Federal na semana passada.

O uso de estrutura pública para ações políticas ou práticas criminosas, como a disseminação de informações falsas, pode caracterizar improbidade administrativa.

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Fonte: Poder360