Por Alcyr Cavalcanti

Estamos perto de meio milhões de mortes por covid-19.

O Brasil detém o triste recorde de mortes pela COVID-19, mais de 3.700 por dia um verdadeiro morticínio que poderia, e deveria ter sido evitado se o presidente, que nada entende de vacinação tivesse um mínimo de humildade e não interferisse nas orientações científicas, de pessoas que dedicaram a vida inteira na função de salvar e curar vidas. Quatro ministros é o resultado da catástrofe que assola o Brasil, transformado em um país em que pessoas morrem em penca a cada minuto. A demissão do ministro Henrique Mandetta foi o início de um ciclo de asneiras que resultou em uma verdadeira carnificina em lugares onde não se consegue enterrar seus mortos com dignidade. O culto aos mortos é ancestral, vem desde a formação das primeiras famílias no nascimento da humanidade em um convívio social. hoje as cerimonias fúnebres estão suspensas por exigências sanitárias, para evitar a terrível contaminação de uma doença implacável.

Erros imperdoáveis em um desprezo pela vida alheia sem um mínimo de solidariedade.

O golpe final foi a nomeação de um general para desorientar de vez o pífio combate à Pandemia. O então ministro da Saúde, Pazuello, de triste passagem pelo Ministério ficará para sempre em nossa história pela sentença definitiva, que ajudou a cavar a sua sepultura, e a de milhões de brasileiros “Ele (Bolsonaro) manda, eu obedeço”. Foi o retrato fiel de uma péssima gestão em tempos de cólera.

O Brasil parece ter se afinal  tornado na “República dos Estados Unidos da Bruzundanga” do genial Lima Barreto, onde um ministro defendia que as pessoas morressem de fome, o que para ele seria um benefício, pois assim muitos problemas seriam resolvidos.

Seria cômico se não fosse trágico. A frieza e o descaso pelas milhares de mortes vitimadas pelo vírus não se justifica, ou é uma doença mental do supremo mandatário ou um plano deliberado de controle populacional. Em ambos os casos revela uma total incapacidade de gerir os destinos de mais de 210 milhões de brasileiros. O Brasil se aproxima a passos largos de meio milhão de mortos pelo COVID, um verdadeiro genocídio. O país perdeu a guerra contra o vírus, pelo manos por enquanto.

Basta de incompetência, queremos para Hoje, para Agora Mais Vacina, Mais Leitos Hospitalares, Mais Médicos, Mais Verbas. Chega já, é tempo dos “governantes” tomarem consciência, Toda a Vida tem um preço, mais cedo ou mais tarde virá a cobrança. Tristes Trópicos.


ALCYR CAVALCANTI – Jornalista profissional e repórter fotográfico, trabalhou nos principais jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo e em agências de notícias internacionais. Bacharel em Filosofia pela Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ) e mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor universitário, ex-presidente da ARFOC, ex-secretário da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.