Redação

O presidente Jair Bolsonaro chamou o governador de São Paulo, João Doria, de “patife” na manhã deste sábado (10.abr.2021). Disse que o tucano quer quebrar o Estado e o país e depois culpar o governo federal.

“Farei tudo para manter a nossa liberdade, a guerra de informações estamos travando. Vocês estão se conscientizando de como é difícil viver num país onde o governador como o de São Paulo por um decreto qualquer fecha tudo”, disse Bolsonaro.

O governo paulista anunciou na 6ª (9.abr) que sairá da fase emergencial na 2ª (12.abr). Passará à fase vermelha, menos restritiva, mas ainda com veto a refeições em restaurantes, por exemplo.

Assista à fala (59s):

“Então parece que esses caras querem, como esse patife de São Paulo quer, é quebrar o Estado, quebrar o Brasil para depois apontar um responsável. É coisa de patife. Que é esse cara que está em em São Paulo que usou meu nome para se eleger.”

O presidente driblou a imprensa para passear de moto no entorno de Brasília. Saiu em carro não identificado do Palácio da Alvorada Visitou uma casa em São Sebastião, área do Distrito Federal, ondemora um grupo de venezuelanas. O encontro foi transmitido em seu Facebook.

“O pessoal que planta tomate não tá plantando mais porque fechou tudo. Restaurante, bares, fechou tudo. Então não estão plantando. Quando voltar a abrir, governador, você que aumentou o ICMS de tudo aí em São Paulo, como não vai ter tomate o preço vai lá pra cima. Aí você vai culpar a inflação pra mim, para cima de mim.”

O presidente voltou a criticar os decretos de governadores e prefeitos que fecham atividades comerciais. Depois de comparar a situação venezuelana, sob o regime de Nicolás Maduro, Bolsonaro se dirigiu à população para dizer que a liberdade é mais importante que a vida.

Agora, tudo tem um limite. Eu e todo o meu governo todos estamos do lado do povo. Todos os 23 ministérios estão ao lado do povo. Não abusem da paciência do povo brasileiro. Lamento superpoderes que o Supremo Tribunal Federal deu a governadores e prefeitos”, disse Bolsonaro.

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu na 5ª feira (8.abr.2021) manter o decreto do Estado de São Paulo que proibiu cultos e missas na pandemia. A Corte decidiu que Estados e municípios podem adotar restrições às atividades religiosas. Antes houve decisões divergentes de ministros.

O placar ficou em 9 a 2 a favor da autonomia de prefeitos e governadores. Bolsonaro voltou a dizer na 5ª (8.abr) que o Exército não ajudará governantes locais a implementar medidas restritivas. Disse que a decisão da Corte foi “absurdo dos absurdos”.

“O nosso exército nunca irá à rua para forçar vocês a ficar em casa. Nunca o nosso exército fará qualquer coisa contra a liberdade individual de vocês. E vocês sabem, todo o momento que vocês precisaram das Forças Armadas no Brasil eles tiveram ao seu lado e não ao lado de possíveis governantes com viés ditatoriais. Isso não existe da minha parte.”

Em 8 de março, ao declarar que não decretaria um “lockdown nacional” para conter o alastramento da pandemia de covid-19, o chefe do Executivo disse:

“Eu poderia decretar lockdown, mas não vou. O meu Exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa. Eu quero paz, tranquilidade, respeito às instituições, mas algumas delas estão se excedendo”, disse na 5ª (8.abr) em frente à residência oficial, em Brasília.

***

“É amor pela calça apertada”, diz Doria após Bolsonaro chamá-lo de “patife”

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu crítica feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã deste sábado (10.abr.2021). Bolsonaro havia chamado Doria de “patife. O governador pediu “calma” ao presidente em uma publicação feita em seu perfil de Twitter.

É muito amor pela minha calça apertada”, ironizou Doria. A expressão “calça apertada” faz referência a apelido atribuído por Bolsonaro ao governador tucano. Em dezembro de 2020, o presidente chamou Doria de “calcinha apertada“. Doria já havia usado o termo “calça apertada” para responder usuários da rede social em março de 2021.

Uma usuária escreveu ao governador em 29 de março: “Vacina eu, porque se depender do calça frouxa, morremos todos”. O termo “calça frouxa” foi uma crítica a Bolsonaro. Doria respondeu: “Giovana, vou te vacinar de calça apertada”.

Neste sábado (10.abr), depois de ter sido criticado por Bolsonaro, o governador escreveu em seu perfil que “a 1ª dose da vacina antirrábica não foi suficiente”. Trata-se da vacina aplicada para prevenir a raiva. Também publicou um meme em que mostra o rosto de Bolsonaro em um corpo que persegue um esqueleto humano estilizado como Doria, que diz: “Sai maluco todo dia isso”.

Bolsonaro criticou as medidas de contenção à pandemia decretadas por Doria. “Parece que esses caras querem, como esse patife de São Paulo quer, é quebrar o Estado, quebrar o Brasil”, afirmou o presidente. Segundo ele, o objetivo disso seria depois apontar um responsável.

É coisa de patife. Que é esse cara que está em São Paulo que usou meu nome para se eleger”, completou Bolsonaro. O governador de São Paulo usou o termo “BolsoDoria” durante a campanha eleitoral de 2018.


Fonte: Poder360