Por Amirah Sharif –

Direito dos Animais!

O primeiro hospital veterinário público para cães e gatos do Brasil foi conquistado pelo então vereador Roberto Tripoli (PV-SP), em 2012. A cidade de São Paulo ganhou o segundo hospital, instalado na zona norte, em 2014 e o terceiro, em Santo Amaro, na zona sul, em 2020.

Os hospitais são da Prefeitura, administrados pela Anclivepa-SP (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) e atendem centenas de cães e gatos diariamente, sem qualquer custo para as famílias dos animais.

Boas novas na cidade maravilhosa

O secretário municipal de Proteção e Defesa dos Animais, Vinícius Cordeiro, garantiu que o primeiro hospital veterinário público da cidade do Rio de Janeiro estará em funcionamento em 2022.

O vereador Marcos Paulo (Psol), presidente da Comissão Especial de Saúde Animal da Câmara do Rio de Janeiro, admite que a construção da unidade é um passo importante para saldar uma dívida histórica com a população carioca, que até a presente data não conta sequer com um serviço veterinário gratuito e com atendimento 24 horas.

“Estivemos em São Paulo e trouxemos a experiência dos Hospitais Veterinários Públicos de lá, apresentamos o escopo para a Prefeitura e essa é, sem dúvida, uma das principais vitórias da causa animal. Precisamos que esta unidade ofereça diversas especialidades entre elas ortopedia, oncologia, além de internações. O Rio não tem sequer um hospital veterinário em funcionamento ao passo que São Paulo conta com três unidades”, explicou o parlamentar.

A alguns passos do paraíso

Em 2020, a Holanda nos surpreendeu, pois se tornou o único país a não ter cães de rua abandonados. Parece ser impossível de acreditar, mas é verdade! E, para que essa meta fosse cumprida, sem necessidade de abate ou qualquer outra maldade do gênero, foi criada uma equipe composta de legisladores, funcionários de saúde pública e advogados de causa animal, que elaboraram juntos um plano de três etapas.

Etapa 1: castração

Holanda – Europa

O governo holandês implementou um programa bastante rigoroso de castração dos cães que já estavam abandonados pelas cidades do país.

Os peludos castrados também foram vacinados contra raiva e outras doenças que pudessem contaminar filhotes e outros animais de rua.

Etapa 2: legislação

Foram criadas leis com objetivo no bem-estar animal. Todos os animais devem ter uma vida de qualidade, inclusive e principalmente os de rua.

Assim, se alguém fosse pego abandonando animais, maltratando ou negando auxílio, poderia ser multado em até US$ 16.000 (cerca de R$ 85 mil) e ficar três anos preso.

A nova legislação holandesa também aumentou os impostos sobre animais comprados em lojas. O objetivo era o de incentivar as pessoas a adotarem, em vez de comprarem os filhotes de cães.

Nas próximas eleições, poderíamos pesquisar quais candidatos estão comprometidos com a causa animal e votarmos neles para que possamos ter leis mais eficazes como ocorreu na Holanda.

Se afetar o bolso do cidadão, sabemos que o comportamento muda rapidamente.

Etapa 3: campanha

Por último, a meta foi encontrar lar para todos os cães registrados, que anteriormente estavam abandonados e, assim, diversas campanhas foram criadas até que cada cãozinho conseguisse ter um lar.

Bravo, Holanda!

Com essas três etapas, a Holanda conseguiu evitar a reprodução dos cães que viviam nas ruas, além de fazer com que os holandeses dessem preferência à adoção dos bichinhos até então abandonados. Foi realmente um programa inteligente, que deveria servir de exemplo para países de todo o mundo!

 

Existem cerca de 200 milhões de cães abandonados no mundo, segundo dados da World Veterinary Association ( WVA). Apenas no Brasil, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou 20 milhões.

Com números tão expressivos, a ideia de zerar a quantidade de animais nas ruas parecia distante, mas a Holanda atingiu essa meta, sendo a pioneira no mundo.

Parabéns, Cuba!

Em Havana, os animais que vivem nas ruas, recebem um tipo de acompanhamento veterinário: ganham crachá de identificação com nome, foto e telefone do local onde costumam ficar mais tempo. Além disso, também são alimentados, bebem água limpa e recebem carinho da população local.

E parabéns para nós, brasileiros, protetores de animais, que não desistimos nunca!

Modéstia à parte, somos muito guerreiros!

AMIRAH SHARIF é jornalista, advogada, protetora dos animais e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. asharif@bol.com.br

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